Linguagem Inclusiva: o que é e como aplicar na sua empresa

A linguagem inclusiva é uma forma de comunicação que evita expressões excludentes e promove o respeito à diversidade de gênero, raça e outras características. Seu objetivo é garantir que todas as pessoas se sintam representadas, criando um ambiente justo e equitativo nas empresas e na sociedade.

A comunicação é uma ferramenta essencial dentro de qualquer empresa, mas nem sempre percebemos o impacto que ela pode ter nas pessoas. É aí que entra a linguagem inclusiva – uma forma de se comunicar que busca evitar esses problemas e criar um ambiente mais acolhedor para todos.

Afinal, muitas vezes, sem perceber, utilizamos expressões e palavras que excluem ou reforçam preconceitos. E, no mundo corporativo, a adoção de práticas inclusivas pode fazer a diferença na cultura organizacional, promovendo o respeito à diversidade e à equidade.

Confira o conceito de linguagem inclusiva, sua importância na sociedade e como aplicá-la no dia a dia da sua empresa. 

O que é linguagem inclusiva?

A linguagem inclusiva é um conjunto de práticas e escolhas de palavras que visam garantir que todos os indivíduos, independentemente de seu gênero, raça, orientação sexual ou outras características pessoais, se sintam respeitados e representados.

Seu principal objetivo é evitar o uso de expressões que possam ser consideradas excludentes ou ofensivas, promovendo uma comunicação mais acessível e equitativa.

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Linguagem Inclusiva vs. Linguagem Neutra

Enquanto a linguagem inclusiva foca em garantir que todas as pessoas se sintam representadas, a linguagem neutra vai um passo além, buscando eliminar a referência de gênero em suas expressões.

Por exemplo, ao invés de usar termos como “todos” ou “todas”, uma linguagem neutra optaria por “todes” ou “pessoas”.

Embora esse debate esteja crescendo em algumas áreas, é importante lembrar que a linguagem inclusiva não exige, necessariamente, o uso de termos neutros. Ela é mais sobre escolhas conscientes e alternativas que não reforcem estereótipos.

Inclusão linguística e Equidade de gênero

No contexto da comunicação, a inclusão linguística busca reduzir barreiras, seja em termos de gênero, orientação sexual ou raça e etnia.

Por exemplo, é importante revisar documentos e comunicações para garantir que expressões como “homem comum” sejam substituídas por algo como “pessoa comum”, evitando a impressão de que a masculinidade seja a norma.

Essa prática promove a equidade de gênero ao reconhecer e respeitar todas as identidades.

Por que utilizar linguagem inclusiva?

Importância social e cultural

A linguagem que utilizamos tem um impacto direto na forma como percebemos o mundo. Quando ajustamos nossa comunicação para ser mais inclusiva, ajudamos a desconstruir preconceitos e estereótipos que podem estar enraizados em nossa cultura.

O uso frequente de termos masculinos como padrão, por exemplo, reforça a ideia de que o homem é o centro, invisibilizando mulheres.

No ambiente de trabalho, essa prática pode gerar um impacto positivo na cultura organizacional, ao criar um espaço onde todos se sintam valorizados e respeitados, independentemente de suas características pessoais.

Práticas para uma linguagem inclusiva

Aplicar a linguagem inclusiva no dia a dia não precisa ser complicado. Uma das práticas mais simples é o uso de termos que englobam mais de um gênero.

Ao invés de dizer “o funcionário”, você pode dizer “a pessoa colaboradora”. Esse pequeno ajuste pode fazer uma grande diferença na forma como as pessoas se sentem representadas.

Além disso, é importante evitar estereótipos ao descrever grupos de pessoas. Ao invés de dizer “os idosos são mais frágeis”, que tal optar por “algumas pessoas idosas podem ter fragilidades”? Essas mudanças podem parecer sutis, mas ajudam a evitar generalizações.

Além disso, muitas vezes, utilizamos expressões excludentes sem nem perceber. Expressões como “dar uma de João sem braço” reforçam o preconceito, além de serem consideradas capacitistas. Sendo assim, a chave é substituir essas expressões por termos que não carreguem um julgamento implícito.

Outra dica é revisar e ajustar as descrições de cargos e anúncios de emprego, garantindo que eles não exijam características baseadas em gênero, como “perfil feminino para recepcionista”, por exemplo.

Inclusive, muitas dessas descrições podem ser consideradas sexistas por exigirem que a pessoa contratada seja de um gênero específico. Então, é bom observar!

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Desafios e controvérsias na implementação

Resistência e debates culturais

Como qualquer mudança, a implementação da linguagem inclusiva enfrenta algumas resistências. Afinal, algumas pessoas podem considerá-la desnecessária ou até mesmo um exagero, associando a prática a uma tentativa de “controlar a linguagem”.

No entanto, é importante destacar que a linguagem evolui ao longo do tempo, e a inclusão de novas práticas é uma resposta às mudanças sociais e culturais.

Outro debate frequente é sobre a linguagem neutra, que ainda gera muita polêmica. Enquanto alguns defendem sua adoção, outros acreditam que essa forma de comunicação pode dificultar a fluidez da fala e escrita.

Porém, como mencionamos, as duas linguagens são diferentes e, a inclusiva, ao contrário da neutra, busca adaptar termos já existentes para incluir a diversidade, sem a necessidade de mudanças tão radicais.

Superando barreiras

A melhor forma de superar resistências é por meio do diálogo e da conscientização.

Assim, ao explicar os benefícios da inclusão linguística, é possível mostrar como essa prática pode tornar o ambiente de trabalho mais acolhedor e respeitoso.

Além disso, ela também pode ajudar as empresas a se alinharem com os valores de diversidade e inclusão, tão valorizados na sociedade contemporânea.

Diretrizes e normativas para linguagem inclusiva

Políticas públicas e regulamentações

A adoção da linguagem inclusiva não é apenas uma questão de boa prática; em muitos casos, ela é amparada por políticas públicas.

No Brasil, já existem diretrizes governamentais que incentivam o uso de termos mais inclusivos em comunicações oficiais. Um exemplo é o manual de linguagem inclusiva do governo federal, que oferece orientações para a redação de documentos e correspondências.

Essas normativas ajudam a garantir que a comunicação oficial seja mais acessível e respeitosa com todos os cidadãos, servindo como um modelo para outras organizações.

Implementação em documentos oficiais

Muitas instituições públicas já estão aplicando a linguagem inclusiva em seus documentos e comunicações.

Algumas das diretrizes incluem o uso de palavras mais conhecidas, que trazem ideias concretas, evitando ideias abstratas. Evitar o uso de termos em língua estrangeira, jargões e siglas e, quando necessárias, explicar seu significado.

Assim, pode-se desconstruir estereótipos e, além disso, tornar o texto mais simples de ler e compreender.

O futuro da linguagem inclusiva

À medida que a sociedade avança em direção a uma maior conscientização sobre a diversidade e inclusão, é esperado que a linguagem continue a evoluir para refletir essas mudanças.

Dessa forma, a linguagem inclusiva é parte dessa evolução, e sua adoção deve se tornar cada vez mais comum em diferentes setores, incluindo o ambiente corporativo.

Em resumo, a linguagem inclusiva é uma ferramenta poderosa para promover a igualdade e o respeito no ambiente de trabalho. Ao implementar essa prática, as empresas podem não apenas melhorar sua cultura organizacional, mas também contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

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