3 dicas de planejamento financeiro para contratação de um novo colaborador
5 minutos de leitura
Descobrir o momento ideal para realizar novas contratações na empresa não é uma tarefa simples, mas se as melhores práticas de planejamento financeiro forem adotadas, o departamento de Recursos Humanos pode contar com todas as informações necessárias para tomar as melhores decisões.
É preciso levar em consideração o cenário econômico, analisar o histórico de vendas da organização no último ano e fazer projeções para averiguar a viabilidade de contratar um novo colaborador. Outro ponto importante a ser analisado são os custos pertinentes à contratação (salário, impostos, benefícios etc.).
Por isso, preparamos este conteúdo para que você saiba exatamente o que colocar na ponta do lápis na hora de fazer um planejamento financeiro para contratação de novos colaboradores. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto!
Neste conteúdo, você verá as seguintes informações.
- Quanto custa um colaborador para a empresa?
- Como fazer um planejamento financeiro para contratar um novo colaborador?
- 1. Considere os diferentes regimes tributários
- 2. Verifique qual modalidade de contratação é mais vantajosa para a empresa
- 3. Identifique um formato de trabalho adequado ao porte da empresa
Quanto custa um colaborador para a empresa?
O cálculo para saber quanto custa um empregado para a empresa envolve uma série de valores combinados no ato da contratação, como vale-transporte ou auxílio-alimentação, salários e benefícios, além dos tributos recolhidos pelo Governo, que podem variar de acordo com o regime tributário no qual a organização está inserida e de outros fatores.
Considerando todas as obrigações fiscais previstas na lei e os valores fiscais a serem pagos, sobre o custo de um colaborador, vamos pensar no caso de um profissional que receba um salário de R$ 1 mil.
- salário = R$ 1 mil;
- fração de 13° (8,3%) = R$ 83,00;
- FGTS (8%) = R$ 80,00;
- férias R$ 111,10 — fração de férias (11,11%);
- Fração do INSS com 13° e férias (4%) = R$ 40,00;
- Auxílio-alimentação = (Empresa pagará por 80% do valor);
- Vale-transporte = R$ 138,00 — passagem a R$ 4,50;
- INSS (20%) = R$ 200,00;
- Fração do FGTS com 13° e férias (1,4%) = R$ 14,00.
O custo total do funcionário, com base neste exemplo, sem incluir o auxílio-alimentação, será de R$ 1.666,10. Você pode usar esses cálculos como base para saber quanto custará uma nova contratação e, assim, estruturar um bom planejamento financeiro.
Lembrando é preciso aplicar as variações e valores corretos de acordo com a sua empresa, pois assim você terá uma perspectiva mais ampla sobre como proceder com as contratações.
Vale-refeição, vale-transporte e outros benefícios
Por ser uma obrigação coletiva, o vale-transporte não é incluído no cálculo do salário, mas sim pago à parte. Deve-se calcular quantos ônibus/metrôs o colaborador utiliza por dia para ir e voltar do trabalho e multiplicar por 22 — quantidade de dias úteis em média por mês. O empregado contribui com 6% de seu salário para ter esse benefício.
Ressaltando que, mediante um acordo entre o profissional e a empresa, é possível substituir o vale-transporte pelo auxílio combustível. Porém, é preciso que o empregado renuncie ao direito do vale-transporte, além de disponibilizar mensalmente os comprovantes de gastos com combustível.
Já os benefícios como vale-alimentação e vale-refeição são opcionais e definidos conforme a categoria. Em grande parte dos casos, essa questão é definida com base no preço médio para almoçar na cidade e por meio de convenção coletiva.
Por fim, a empresa também pode arcar com outros tipos de benefícios, como plano-odontológico, auxílio-creche, plano de saúde etc.
Como fazer um planejamento financeiro para contratar um novo colaborador?
Agora que você já sabe como calcular o custo de contratação de um novo funcionário, mostraremos algumas dicas sobre como fazer um bom planejamento financeiro, evitar riscos e garantir a estabilidade e a lucratividade da empresa.
1. Considere os diferentes regimes tributários
Os custos de contratação de um novo colaborador relacionados aos tributos recolhidos pelo Governo variam de acordo com o regime tributário no qual a empresa está inserida. No caso do Simples Nacional, um salário de R$ 1 mil, por exemplo, deve-se fazer os seguintes cálculos:
- 1/3 sobre férias – R$ 333,33 (valor anual);
- 8% de FGTS por mês – R$ 80,00;
- 8% de FGTS do valor anual – R$ 186,67;
- Férias – R$ 1.000,00 (valor anual);
- Provisão Mensal – R$ 210,00;
- 13° salário – R$ 1.000,00 (valor anual).
Lembrando que o Simples Nacional tem alíquotas mais baixas e isenta as empresas de pagarem encargos relativos ao INSS patronal, salário educação, contribuições ao SENAI, SESI, SEBRAE ou Incra e Seguro Acidente de Trabalho (SAT).
Agora no caso de uma organização sob o Lucro Real ou Presumido, além dos encargos assumidos no Simples Nacional, deve-se acrescentar os seguintes cálculos:
- 20% correspondente ao descanso semanal remunerado;
- De 1% a 3% de seguro de acidente de trabalho;
- 2,5% de salário educação;
- 3,3% para o “Sistema S” (SEBRAE, SENAI ou SESI);
- 20% de INSS (contribuição patronal);
- 11,11% relativo às férias, levando em consideração um salário por ano somado de 1/3 de abono;
- 8,33% correspondem ao 13º salário.
Sendo assim, a empresa deve pagar em torno de R$ 1.700 por colaborador.
2. Verifique qual modalidade de contratação é mais vantajosa para a empresa
A Reforma Trabalhista trouxe flexibilizações nas formas de contratação de funcionários. Hoje, é possível escolher entre as modalidades PJ e CLT. No caso da CLT, ainda que isso implique uma rotina de horários mais rígidos, a maioria dos profissionais costuma preferir essa alternativa.
Para a empresa, a CLT gera mais custos, já que, além do salário, é preciso arcar com uma série de taxas. Porém, é um formato que favorece a retenção de talentos, visto que o trabalho e o esforço são valorizados por meio de benefícios.
Já no caso do PJ, existe a possibilidade do contratante repassar os valores que seriam gastos com encargos diretamente ao funcionário. Assim, o empregado pode receber mais e, ainda, ter flexibilidade de horários. Mas, ele não terá direitos aos benefícios sociais, como férias e décimo terceiro.
3. Identifique um formato de trabalho adequado ao porte da empresa
Por fim, uma recomendação para que o RH se planeje financeiramente para contratar novos colaboradores é identificar um formato de trabalho adequado ao porte da organização. Cada modalidade tem suas diferenças de custos, sendo elas:
- contrato intermitente — o trabalhador é remunerado de acordo com as horas de trabalho efetivamente prestadas para a empresa;
- home office — os custos com estrutura do trabalho e demais despesas ficam sob responsabilidade da organização e o profissional deverá receber benefícios como férias, FGTS, décimo terceiro etc;
- profissional autônomo — o profissional presta seus serviços à empresa de forma autônoma e exclusiva, sem que haja vínculo empregatício.
Para concluirmos, vale destacar que o planejamento financeiro deve ser realizado sempre de forma antecipada e estratégica ao momento da busca por um novo funcionário, e nunca em caráter emergencial.
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