O job hopping é uma tendência ascendente no mercado de trabalho, especialmente entre profissionais com menos de 34 anos. Caracterizado por colaboradores que optam por mudar de trabalho continuamente, é um comportamento que precisa ser discutido (e compreendido!).
De um lado, há um ciclo de vida do colaborador diferente, com pessoas em busca constante de desafios novos; de outro, estão as empresas, que passam por um momento profundo de revisão. Afinal, segundo pesquisas, as relações de trabalho estão realmente mudando.
Vamos falar melhor sobre isso e entender as explicações desse movimento?
Job hopping é uma expressão em inglês que, traduzida para o português, significa “salto de emprego”. Por isso, é utilizada para se referir a esse tipo de atitude, que vem se tornando cada vez mais comum dentro das organizações.
O fenômeno deu origem às classificações “job hoppers” ou “job jumpers”, que se referem a todos os trabalhadores que trocam de função ou de empresa com certa frequência. Os motivos para isso são:
Todos esses itens são demonstrativos do quanto o employee experience está relacionado a essa ocorrência.
Isto é, trabalhar aspectos que correspondam a cada um dos motivos citados acima é uma iniciativa capaz de atender as expectativas dos colaboradores, fazendo com que os talentos permaneçam por mais tempo.
Dados do Ministério do Trabalho brasileiro indicam que o fator geracional é observado no Brasil como um indício do pouco tempo de permanência em um emprego, já que jovens com idade entre 18 e 24 anos são os que mais apresentam esse tipo de atitude.
Em 2020, um quarto dessa parcela da população passou menos de três meses no mesmo local de trabalho, o que corresponde a 2,47 milhões de pessoas. 24% permaneceu no máximo dois anos em uma empresa.
Quando analisamos as estatísticas de trabalhadores com idade entre 40 e 65 anos, o número de pessoas que continua em um mesmo emprego é de mais de 4 milhões. Ou seja, corresponde ao dobro das gerações mais novas.
Tudo indica que as estruturas e ambientes mais flexíveis de trabalho estão contribuindo para esse tipo de conduta das relações profissionais. As condições econômicas também devem ser levadas em conta.
Há 40 anos, recursos, perspectivas e possibilidades eram muito mais escassas. Isso tende a refletir na interpretação e na postura dos profissionais. Sendo assim, quem acompanhou todo esse período está mais suscetível a ter uma relação de lealdade com um trabalho.
Outros fatores que podem ser destacados como impulsores do job hopping são:
Não há como negar que a pandemia trouxe diversas inquietações e mudanças na forma como encaramos a vida pessoal e seu equilíbrio com o trabalho. Esse novo ciclo de adaptação evidenciou traços que estão se manifestando em reações como o job hopping.
O “Índice de Tendências de Trabalho 2022”, publicado pela Microsoft, informou a intenção de um grande número de colaboradores de buscarem novas colocações. O total, em todo o mundo, chega a 43%.
Essa transição da força de trabalho passa por uma revisão do que deve ser levado em conta na procura de uma nova colocação, a exemplo da Grande Resignação, outro acontecimento que está diretamente relacionado às trocas constantes de ocupação.
É como descrevemos acima: o trabalho está atravessando uma fase de remodelação profunda. Corporações, times de RH e gestores precisam se preparar para isso, acompanhando essa transformação.
Estudos indicam que a atividade profissional deve estar envolta em novos valores, provando aos candidatos que determinada função “vale a pena”. Desse modo, há outros atributos em jogo além de uma remuneração competitiva para definir o que é um bom trabalho.
Podemos listar os seguintes:
Uma análise da PwC intitulada “Trabalho Pós-Pandemia” mostrou que 71% dos respondentes entrevistados nutrem expectativas sobre medidas de informalização e flexibilização no ambiente corporativo.
Diante disso, somada aos modelos híbridos ou remotos, uma das pautas em alta no mercado corresponde à semana de quatro dias de trabalho.
No Reino Unido, a proposta já vem sendo experimentada pelas corporações, e os resultados estão sendo monitorados pelo projeto “The 4-Day Week Global”.
As empresas devem conseguir distinguir um colaborador que diversifica as experiências ao longo da carreira de um que precisou se recolocar por motivos ligados ao seu desempenho.
Muitos gestores acabam ficando receosos ou inseguros sobre a contratação de candidatos com currículos que reúnam passagens efêmeras por um grande número de organizações. Ou, ainda, podem imaginar que esse perfil mais instável talvez não seja uma boa aposta para o time.
Afinal, a alta rotatividade pode vir a prejudicar a manutenção do clima organizacional e outros indicadores importantes para a gestão de pessoas.
A verdade é que, quando isso acontece, vantagens valiosas correm o risco de serem deixadas de lado.
Talvez, o maior desafio para o RH e para as companhias seja justamente encontrar mecanismos que permitam a adequação do ambiente de trabalho a essa nova demanda, apontada essencialmente pela Geração Z e pelos Millennials.
Por essa razão, junto a tudo que já abordamos anteriormente sobre esse cenário de novidades, é fundamental conseguir identificar uma situação promissora e não cometer equívocos. Vamos entender, a seguir, de que maneira é possível fazer essa distinção de talentos!
Conforme vimos até aqui, o job hopping é um tipo de comportamento. Por isso, podemos listar algumas características que são comuns a profissionais que aderem a esse estilo.
Entre elas, estão:
Para concluirmos a leitura, queremos propor uma reflexão levando em conta o perfil que acabamos de descrever no tópico anterior.
Você já parou para pensar no quanto RH e gestores podem se dedicar a engajar colaboradores com perfil de job hopping, fazendo com que eles acabem se tornando verdadeiros embaixadores da marca da sua empresa?
Mesmo porque, ao conquistá-los e fornecer os aparatos necessários para que eles permaneçam na sua equipe, esses profissionais tendem a desenvolver índices altos de aprovação da organização!
Então, continue sua trilha de aprendizado e aproveite para entender mais sobre o assunto:
Saiba o que é uma estratégia de embaixadores de marca e quais as vantagens disso para o seu negócio!