A Síndrome de Burnout é um dos principais problemas de saúde mental que assola o mundo corporativo, mas uma nova doença passou a alertar gestores de empresas: a Síndrome de Boreout ou Síndrome do Tédio.
De nome similar, mas gerada por motivos diferentes e menos conhecida, o Boreout pode ocasionar sérios problemas à saúde da pessoa colaboradora. Além disso, o clima organizacional tende a se desfavorecer e a produtividade a cair.
O desgaste pode causar alta rotatividade de profissionais e impactos negativos em employee experience (experiência do funcionário) e employer branding (marca empregadora).
Todas e todos nós queremos evitar isso, não é mesmo? Então, siga com a Pulses até o final deste artigo! Aprenda sobre a Síndrome Boreout e fique por dentro de como o RH pode agir para prevenir esse tipo de desequilíbrio emocional nas equipes.
O nome do transtorno faz referência ao termo “bored”, em inglês, cuja tradução em português quer dizer “entediado”. É por isso que o distúrbio também é conhecido como síndrome do tédio ou do aborrecimento.
Vale dizer que o tédio corresponde à sensação de enfado, comum a qualquer pessoa, como um estado emocional passageiro. A complicação que caracteriza o Boreout se configura quando esse tédio se torna crônico.
Ao observarem isso, dois autores suíços trouxeram notoriedade ao assunto, ao publicarem o livro “Boreout! Overcoming Workplace Demotivation”: Peter Wender (consultor de negócios e co-fundador da agência Gruetzi) e Philippe Rothlin (jornalista e também consultor de negócios)
Eles indicam que a Síndrome de Boreout é um desequilíbrio psicológico ligado a:
No decorrer dos próximos tópicos, vamos conferir tudo isso em detalhes!
Antes de aprofundarmos nosso conhecimento em Boreout, precisamos entender as particularidades desse transtorno.
Burnout e Boreout são semelhantes no nome, além de levarem a problemas sérios de saúde e de terem sintomas muito similares. A diferença entre uma e outra, portanto, está nas causas.
De forma rápida, a Síndrome de Burnout é um quadro que se desenvolve quando a pessoa é exposta a cargas excessivas de trabalho e condições de muita pressão.
O Boreout, por sua vez, é a consequência da desvalorização de um colaborador. Ou seja, ela se manifesta quando a pessoa está extremamente desanimada e não vê significado em sua função.
O distúrbio de Boreout é resultado de diversos cenários relacionados à organização. Eles podem acontecer em conjunto ou isolados, persistindo por longos períodos, até o esgotamento do profissional.
Confira alguns exemplos abaixo:
Podemos concluir que a causa raiz pode estar em diversas frentes do negócio. Os casos citados acima estão ligados:
Todas essas são prováveis causas da ocorrência de Síndrome de Boreout.
O melhor, claro, é tomar todas as medidas que estejam ao alcance na empresa para que a síndrome do tédio não afete nenhuma pessoa colaboradora. A prevenção é o caminho mais indicado.
Porém, nem sempre isso é praticável, e existem comportamentos que ajudam a identificar esses casos, e observá-los é fundamental para ajudar no diagnóstico.
Atente-se a profissionais que entregam o mínimo exigido e que não demonstram vontade de aprender coisas novas. A total indiferença ao realizar ou solicitar demandas é um dos sintomas de quem possivelmente está passando pela síndrome.
É comum que não estejamos sempre de bom humor, mas quando alguém se mostra aborrecido por um período extenso é preciso se preocupar! Afinal, um dos nomes da síndrome é justamente síndrome do aborrecimento, você se lembra?
Se um funcionário vem relatando problemas com o sono, esse pode ser um alerta. Assim como outras síndromes, o distúrbio causado pelo tédio crônico acarreta insônia e, consequentemente, demonstrações de cansaço e exaustão no horário de trabalho.
Quando uma pessoa se sente angustiada, pode manifestar reflexos como baixa auto-estima, falta de perspectivas e insegurança.
A Síndrome de Boreout compromete o bem-estar no trabalho. Isso não só prejudica o profissional em si, como pode influenciar toda a equipe assim que colegas perceberem a situação.
O agravamento dos sintomas de uma pessoa com esse tipo de desequilíbrio emocional gera:
O estresse, por exemplo, expõe o indivíduo a complicações cardíacas, como risco de derrame ou doença isquêmica do coração por causa da liberação de hormônios que agridem o sistema cardiovascular.
Como vemos, é uma questão séria que pode dar início a quadros clínicos ainda mais complexos.
Por outro lado, se as causas não forem identificadas por pesquisas contínuas de clima organizacional e engajamento junto a análises inteligentes sobre dados obtidos por elas, corre-se o risco de que mais profissionais possam desenvolver o transtorno, também.
As interferências nas relações interpessoais, a queda na produtividade e os efeitos negativos no clima organizacional da corporação podem levar os balanços da empresa a níveis críticos. Para que isso não aconteça, é preciso agir rápido e ajudar a equipe a se recuperar.
Podemos listar as seguintes consequências:
E mais: o estudo da Microsoft Índice de Tendências de Trabalho de 2022, feito com 31 mil pessoas em 31 países, revelou que a pandemia reorganizou as prioridades dos trabalhadores. 53% das pessoas disseram que, para elas, a saúde e o bem-estar vêm antes do emprego.
Talvez essa seja a explicação para que esse tenha sido o principal entre os motivos alegados por pessoas que pediram demissão entre 2020 e 2021, conforme também indica o levantamento.
Diante de tudo o que vimos até aqui, será que a sua gestão está sabendo lidar com esse e outros temas sobre saúde mental?
Em uma pesquisa da Opinion Box, realizada em 2022, 70% das pessoas entrevistadas afirmaram que as empresas não adotam medidas eficientes para lidar com a saúde mental dos funcionários.
61% delas concordam que já tiveram a saúde mental prejudicada por estresse no trabalho.
Esses dados nos levam a duas conclusões:
São fatores associados diretamente à experiência do colaborador. Então, eleger elementos que colaborem para a qualidade de employee experience da sua empresa a partir da escuta ativa das pessoas é sempre a melhor alternativa!
Incrementar a gestão de pessoas com alguns recursos é uma ótima solução para traçar planos de ação e tomar iniciativas que atendam os objetivos da empresa e as necessidades dos colaboradores.
Falamos muito sobre o quanto o papel de um profissional exerce influência na forma como a pessoa encara a rotina corporativa. Abordamos ainda o quanto é importante ter funções bem definidas, e como as relações entre líderes e liderados têm relação com a saúde mental.
Frente a isso, o design thinking aplicado a Recursos Humanos pode ajudar a investigar oportunidades e aprofundar o conhecimento sobre o que pode não estar dando certo na sua empresa.
Conheça mais sobre o assunto e descubra como prevenir e investigar causas de problemas com a equipe.