Cultura organizacional tóxica: 5 sinais de alerta para líderes
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Estabelecer a cultura organizacional é ter valores, visão e missão impressos na personalidade do negócio.
Estas questões ditam os processos da organização, bem como o clima laboral. No entanto, isso não significa que algumas empresas estejam livres de ter uma cultura organizacional tóxica.
E para ela acontecer, são vários os ingredientes que compõem uma receita de insucesso, que podem minar a motivação, produtividade e comprometimento dos colaboradores.
Identificou problemas deste tipo na cultura da sua empresa? Para ajudar a sua liderança a identificar este cenário, confira:
- a construção da cultura organizacional tóxica;
- os sinais que indicam uma cultura organizacional tóxica;
- as estratégias para reverter esse quadro.
Construção da cultura organizacional tóxica
Uma cultura organizacional ruim não é algo estabelecido ou direcionado. Não existe, necessariamente, um discurso que leve a isso. Na realidade, os colaboradores são contagiados pelo clima a partir dos sinais que a organização dá.
Esses sinais podem aparecer na postura dos líderes, em uma política de recompensas inexistente ou na forma como a diretoria reage diante dos questionamentos dos profissionais.
E, ainda que a alta cúpula da empresa preocupe-se com seus discursos, uma métrica inatingível ou uma postura que vá contra as missões e os valores da empresa ajudam a moldar o comportamento das equipes.
Assim, esta dinâmica pode ser facilmente encontrada em grande parte das empresas ativas no mercado. Veja como.
Sinais que indicam uma cultura organizacional tóxica
Alto turnover
Quando as coisas começam a dar errado, a empresa começa a ficar vulnerável. Isso se reflete diretamente nos índices de turnover, ou seja, na rotatividade do pessoal.
Se o capital humano da sua empresa está se esvaindo, talvez seja sinal de que as coisas não vão bem.
Conheça tudo sobre a rotatividade e como combatê-la:
Colaboradores desmotivados
Os altos índices de turnover estão intimamente relacionados à falta de motivação dos trabalhadores. E quando um grande número de colaboradores começa a dar sinais de baixa produtividade, é hora de acender o alerta para uma possível cultura organizacional tóxica.
Equipes que pouco produzem não se mostram interessadas pelos assuntos da empresa, não esboçam reação frente às novidades e se esquivam dos processos decisórios. Provavelmente também não se sentem mais parte da organização. Para essas pessoas, não faz sentido estar ali.
A diminuição no ritmo de trabalho é facilmente percebida e geralmente vem acompanhada do absenteísmo e excesso de ociosidade.
Competição excessiva
A competitividade no ambiente de trabalho pode ser positiva ou negativa. Quando não agrega valor, pode ser altamente estressante, a ponto de deixar as pessoas doentes. Inclusive, muitos se afastam da empresa devido à estafa mental causada pelo clima de competição constante.
Esse é um cenário muito comum em empresas que operam e remuneram os trabalhadores por meio de metas, indicadores e vendas.
Ou ainda, chefes que, mesmo inconscientemente, acabam dando destaque a colaboradores que se esforçam além do necessário para agradar as lideranças.
O que deve ditar a conquista de um novo cargo ou as bonificações é uma cultura bem construída, que opere em um sistema sólido de recompensas e plano de carreira. Do contrário, pode compor um ambiente extremamente perigoso, antiético e desleal.
Falta de transparência ou confiança
Os colaboradores não confiam nos seus líderes? Você percebe certo medo de expor algumas situações e uma permissividade que está prejudicando o andamento dos processos?
Talvez o estilo de liderança praticado pela empresa seja tirânico, dando claros indícios de um clima de trabalho altamente tóxico.
Fofocas
Naturalizar as fofocas pelos corredores pode ser bastante perigoso: a fofoca é um péssimo sinal e pode ter sérias consequências.
Mentiras, intrigas e conflitos fazem parte de um ambiente onde há um falatório excessivo. E podem originar todos os problemas relacionados ao longo deste texto, como aumento das taxas de rotatividade, desmotivação, falta de confiança e competição excessiva.
Estratégias para reverter esse quadro
Embora a cultura organizacional tóxica não seja necessariamente imposta, ainda dá para transformar esse quadro. Veja algumas sugestões.
1- Identifique os comportamentos problemáticos
Não há dúvidas de que o primeiro passo para reverter um quadro tóxico é diagnosticar se essa é a situação atual da sua empresa. E isso deve começar com os líderes fazendo uma reflexão dos próprios atos.
Como a liderança age diante de um problema? É buscado o culpado pelo problema ou o foco está nas possíveis soluções? Se normalmente o líder fica ávido para responsabilizar algo, saiba que ele está colaborando para a construção de um ambiente tóxico.
Ambientes de trabalho positivos não se preocupam em individualizar a culpa, até porque os colaboradores têm a consciência de que são responsáveis por suas ações.
2- Observe o comportamento dos colaboradores e as relações com seus líderes
Quando o clima da empresa está indo de mal a pior, geralmente a fofoca toma conta dos corredores. O problema é quando ela ganha os ares competitivos mencionados anteriormente.
Quando a competição e a fofoca andam juntas, há um grande perigo por trás. Alguns colaboradores podem ter dados importantes como munição para aumentar seu poder perante os colegas, influenciando promoções e até mesmo demissões.
Fique de olho na proximidade de líderes e liderados, observando se alguns profissionais parecem ter informações privilegiadas a respeito do andamento dos processos e do negócio.
Outro sinal de que é hora de cortar esse mal pela raíz é observar como os acontecimentos chegam até você, quem costuma estar envolvido em cada situação e se há um esforço além do aceitável para influenciar algumas decisões da diretoria.
3- Trabalhe a inteligência emocional de líderes e gestores
Não é incomum que os chefes tenham a tendência de centralizar os processos de tomada de decisão e ignoram totalmente as contribuições dos liderados ou, ainda, de outros líderes de setor.
Esse é mais um dos sinais de que a empresa conta com uma liderança complicada e é motivo de alerta máximo. Afinal, prepotência e desrespeito não combinam com um clima organizacional agradável.
Como é possível reverter esse quadro? Concordamos que a gestão em pessoas não é uma tarefa fácil. Por isso, maturidade, integridade, paciência e empatia são requisitos básicos para que um indivíduo ocupe uma posição de liderança.
Para manter essas competências em desenvolvimento e fazer com que essa seja uma postura ativa dessas pessoas, é preciso trabalhar a inteligência emocional desses profissionais.
4- Conheça os princípios de uma cultura organizacional saudável
Para entender se a cultura da sua empresa está caminhando para um clima saudável, é necessário saber a resposta de quatro perguntas básicas:
- Quais são os limites da empresa, o que é e o que não é permitido?
- Quais são os valores éticos e morais e o que significam?
- Qual é a missão da empresa, por que ela existe e qual necessidade da sociedade pode atender?
- Onde a empresa quer estar daqui 10 anos?
Ao responder esses questionamentos, é partir em busca de mecanismos que possam enraizar essas questões no ambiente de trabalho.
Para que os colaboradores comprem a ideia, é necessário confiança em seus gestores. E a partir disso, o time se sente motivado a buscar o crescimento junto à empresa.
Assim, o senso de pertencimento é fundamental para que uma cultura saudável possa ser estabelecida. Por isso, é preciso que o capital humano faça parte das conquistas, sinta que é os responsável por cada uma delas e seja recompensado por isso.
5- Descubra quais valores e ações estão ajudando a apoiar esses comportamentos ruins
São os gestores responsáveis por manter o controle dos processos de uma empresa, ao mesmo tempo que garantem a satisfação e o bem-estar dos colaboradores.
E, para que descubram o que está causando os comportamentos negativos, devem assumir algumas posturas, adotar processos e metodologias, como:
- as pesquisas de engajamento;
- o planejamento de carreira;
- os treinamentos e desenvolvimentos;
- a adoção da cultura do respeito e da diversidade;
- a promoção da autonomia;
- a abertura ao diálogo;
- o compartilhamento de experiências entre gestores e colaboradores.
Com base nessas informações, é hora de investir em um plano de ação para que a empresa possa:
- ouvir funcionários;
- começar a ser transparente;
- focar no reconhecimento de colaboradores e restaurar a segurança psicológica;
- refletir e adaptar sempre.
Depois, certifique-se de que essas atitudes façam parte da rotina da organização. Comunicação transparente e colaboradores que são ouvidos e reconhecidos são reflexos de uma cultura organizacional saudável.
Por fim, se você se preocupa em transmitir valores positivos aos seus colaboradores e evitar uma cultura organizacional tóxica, é porque sabe bem a importância de manter um clima agradável na empresa.
Espero que estas dicas contribuam para que você possa oferecer um bom ambiente de trabalho para as suas equipes.
Que tal seguir bons exemplos e saber 7 empresas com uma cultura organizacional excepcional? Leia agora e tire ótimos aprendizados!
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