CONARH 2024: Inteligência Artificial, ESG, D&I e o Futuro do Trabalho
O CONARH 2024, teve como temas centrais a Inteligência Artificial , ESG, Diversidade e Inclusão e o Futuro do Trabalho. O evento abordou como a IA está transformando processos de R&S e desenvolvimento de talentos, além de promover discussões sobre a importância de práticas sustentáveis e inclusivas no ambiente de trabalho.
8 minutos de leitura
O CONARH 2024 aconteceu na semana passada, do dia 27 a 29 de agosto, e trouxe ideias e provocações pertinentes a todo profissional de Recursos Humanos.
Conhecido como um dos maiores congressos mundiais para RH, o tema central desse ano foi “Conectando pessoas a um infinito de inovações”.
Com diversos nomes de referência da gestão de pessoas e lideranças as discussões giraram em torno de temas como: diversidade, inclusão, aprendizagem contínua, cultura organizacional, inteligência artificial etc.
E é claro que a Gupy não ficou de fora! Além dos conteúdos em nosso estande, estivemos presentes na plenária e trouxemos para vocês os principais assuntos que marcaram presença no evento. Acompanhe com a gente!
1. Tecnologia em prol da inclusão de pessoas
No primeiro dia do evento, um dos destaques foi o bate-papo “Inteligência Artificial e Acessibilidade”, que contou com a mediação de Jhenyffer Coutinho, Líder da Experiência da Pessoa Candidata na Gupy, a participação de Thierry Cintra Marcondes, Conselheiro Consultivo na Wylinka e Gustavo Rodrigues, CEO e Fundador da Everymind Cloud Computing.
O painel abordou como a Inteligência Artificial pode promover acessibilidade, destacando a importância de uma abordagem inclusiva que vai além das adaptações físicas, incluindo o design de plataformas e práticas organizacionais.
Os especialistas ressaltaram a importância de equipes diversas para eliminar vieses e democratizar oportunidades.
A conversa destacou que a acessibilidade significa permitir que as pessoas participem de todas as esferas da vida pública e privada com autonomia e segurança e que ao incluí-la como meta dentro das empresas, poderemos avançar muito nessa frente.
As pessoas que participaram destacaram que a Inteligência Artificial pode ser uma ferramenta poderosa para personalizar experiências e melhorar a acessibilidade digital.
Esse tipo de tecnologia, ao analisar grandes volumes de dados, pode fornecer soluções assistivas mais eficazes e inclusivas. No entanto, devemos nos atentar na qualidade dos dados, porque se forem enviesados, a IA perpetuará preconceitos.
Além disso, foi discutido como a IA pode educar e conscientizar sobre acessibilidade, tanto para PCDs quanto para pessoas que não têm deficiência, por meio de recursos como legendas automáticas, que facilitam a comunicação e garantem que todos compreendam a mensagem.
Um dos principais pontos para garantir a acessibilidade é a comunicação, por isso separamos um Manual de Comunicação Acessível e Inclusiva para você.
2. ESG e os empregos verdes
O CONARH 2024 contou com uma série de debates que abordaram a necessidade de integrar o ESG em todos os níveis da empresa, alinhando as práticas com as estratégias do negócio e destacando a importância de profissionais com "green skills" para o desenvolvimento sustentável e retenção de talentos.
Outra pauta relevante no tema foram discussões sobre como a diversidade etária pode ser uma estratégia de negócios alinhada às práticas de ESG, ressaltando a importância da inclusão multigeracional para uma governança eficaz.
No painel "ESG no Centro e Longevidade Organizacional," Carolina Pfeiffer, Vice-Presidente Sênior Global da Manpowergroup, Grazielle Parenti, Vice-Presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Syngenta para América Latina, e Helena Bertho, Executiva Global de Diversidade e Inclusão, levantaram a pauta sobre os impactos do ESG (Environmental, Social, and Governance) nas empresas e como ele se entrelaça com a longevidade organizacional.
As participantes destacaram que o talento das pessoas é o que realmente define o ESG dentro do ambiente corporativo. Enfatizando que o legado a ser deixado vai além de práticas sustentáveis, promovendo uma mudança cultural no mundo corporativo que assegura a prosperidade e longevidade das organizações.
O papo ainda abordou a transição para a economia verde, em que estima-se a criação de 24 milhões de novos empregos, exigindo novas habilidades para que as empresas estejam preparadas para esse cenário considerando que essa transição deve ser justa e inclusiva, garantindo que ninguém seja deixado para trás.
O painel também destacou a importância da governança dentro da agenda ESG, que é uma estratégia de mitigação de riscos transformada em um trabalho propositivo.
No entanto, pesquisas apontam que apenas 2 em cada 10 pessoas realmente se conectam com a cultura organizacional, o que reforça a necessidade de um foco na educação para garantir que todos possam se adaptar às novas demandas do mercado.
A conversa ainda mencionou que o LinkedIn está monitorando as habilidades verdes dos usuários, revelando que, a cada 8 perfis, apenas 1 possui alguma dessas habilidades.
Infelizmente, o Brasil está entre os países que menos avançaram no treinamento e aquisição dessas competências, o que evidencia a urgência de ações nesse sentido.
3. Futuro do trabalho
Outro assunto relevante que ganhou destaque no evento foi o futuro do trabalho. Novos modelos de trabalho, a transformação digital e quais as tendências da empregabilidade para os próximos anos diante de tantas transformações foram temas abordados em alguns painéis da plenária.
Discussões sobre a transformação do mundo do trabalho, incluindo o trabalho híbrido, jornadas fracionadas, e novos modelos de organização que desafiam a jornada tradicional de 8 horas, também ganharam destaques e geraram reflexões.
Outra ênfase foi a importância de criar ambientes que favoreçam a cocriação e a colaboração, adotando modelos de liderança ágil e desenvolvendo novas competências, como habilidades em análise de dados e compreensão de vieses cognitivos.
No segundo dia, tivemos o painel “Futuro do Trabalho”, que contou com a participação de Borja Castelar, ex-Diretor do LinkedIn, Palestrante e Autor Best-seller, David Plink, CEO no Top Employers Institute, e Isabel Armani, Fundadora da Thérèse.
A discussão, dessa vez, girou em torno de novas tendências que estão moldando o ambiente corporativo e quais são os papéis das lideranças nesse cenário em transformação.
David Plink destacou algumas tendências principais, como a crescente implementação da IA no RH, que requer um equilíbrio entre a estrutura ética e a abordagem humana. A importância do propósito nas organizações também foi enfatizada, onde lideranças devem transmitir valores significativos e autênticos a todos os colaboradores.
Um assunto crucial abordado foi a necessidade de um diálogo mais profundo entre empresas e pessoas colaboradoras, além da valorização da neurodiversidade.
Nesse novo contexto, as habilidades comportamentais, chamadas por Borja de "Power skills", estão ganhando destaque como diferenciais críticos, sendo consideradas mais relevantes do que diplomas e títulos formais.
Na conversa, destacou-se que o sucesso na carreira profissional agora depende mais dessas "Power skills" do que das habilidades técnicas, que podem ser automatizadas pela IA. Isso marca uma inversão da lógica tradicional, onde empresas contratavam por habilidades técnicas, mas demitiam por falhas comportamentais.
Isabel Armani complementou a discussão abordando o conceito de "Open Talent", que envolve uma maior mobilidade e colaboração interna e externa, com pessoas atuando quase como freelancers dentro das próprias empresas.
Essa transformação, no entanto, traz desafios, como o medo de obsolescência no trabalho devido à IA, que pode colocar a empregabilidade de muitos em risco.
Para navegar nesse novo mundo, será fundamental adotar uma ética digital robusta, humanizando o trabalho e utilizando a IA para liberar potencial humano em áreas criativas e colaborativas, impulsionando uma revolução educacional focada no desenvolvimento de "Power skills".
Para entender o futuro do trabalho, precisamos ter ideia de um panorama da empregabilidade no Brasil, por isso disponibilizamos aqui as 3 partes do Relatório “Tendências de Empregabilidade 2024”.
4. Pessoas e o papel central no uso da IA
Ao longo dos três dias do CONARH 2024, alguns debates destacaram a necessidade de equilibrar habilidades técnicas e humanas, com a tecnologia sendo uma ferramenta complementar que não substitui, por exemplo, a criatividade e a estratégia.
Uma das principais ênfases foi que a área de Recursos Humanos deve ser um agente ativo na construção de um futuro de trabalho acessível e equitativo.
Discussões sobre como a tecnologia deve agregar valor ao trabalho dos colaboradores, destacando a necessidade de o RH estar envolvido em decisões estratégicas e de criar ambientes que favoreçam a cocriação e a colaboração
Pautas como Ética, Legislação e Regulação trouxeram discussões sobre como preparar reguladores para criar políticas eficazes de uso da IA, destacando que as decisões importantes devem permanecer sob supervisão humana.
No painel "Pessoas no Centro da Estratégia," discutiu-se como o desempenho humano se tornou uma peça chave na nova realidade organizacional. Ana Mocny, Sócia de Capital Humano na Deloitte, André Santos, Diretor do Centro de Expertise de Pessoas da Vale, e Luciana Domagala, Vice-Presidente de Pessoas e Sustentabilidade do Ipiranga, destacaram a necessidade de revisitar e ajustar vários conceitos, como a cultura organizacional, que deve evoluir de uma estrutura monolítica para microculturas que reflitam a diversidade interna.
O painel também apresentou tendências-chave na gestão de pessoas, com 74% das lideranças acreditando na importância dessas tendências, embora apenas 10% vejam ações concretas ligadas a elas.
Entre as principais estão a sustentabilidade humana, que envolve criar valor para as pessoas por meio de engajamento e diversidade e inclusão e a necessidade de revisitar os métodos e modelos de avaliação de desempenho.
O desempenho humano, conforme discutido, é um ciclo que conecta diretamente os resultados das pessoas aos resultados de negócios, e focar nesse desempenho é visto como essencial para construir organizações capazes de prosperar no futuro.
5. Aprendizagem contínua para toda a vida
E é claro que a aprendizagem contínua apareceu como uma das principais pautas no CONARH 2024! Além de painéis exclusivos para o tema, o assunto permeou por diversos outros de forma indireta.
A importância de habilidades diversificadas e atualização constante para se adaptar às mudanças tecnológicas e de mercado, com ênfase na valorização de competências adquiridas ao longo da vida, foi um dos assuntos abordados.
Além disso, em um painel sobre a inovação em cultura e aprendizagem organizacional, foram discutidas maneiras de fomentar a inovação e a aprendizagem contínua, incluindo a criação de ambientes que promovam a segurança psicológica para experimentar, falhar e aprender.
Foi enfatizada a necessidade de desenvolver novas competências e habilidades relevantes para o futuro do trabalho. A relevância de plataformas digitais de aprendizagem também foi abordada.
No estande da Gupy, recebemos a Lorrana Silva e Jaqueline Cavalcante, sócias da BeeGuide Consultora em RH & Educação Corporativa, para o papo “Lifelong learning: falando de upskilling e reskilling”, que trouxe a pauta da importância da aprendizagem contínua para o desenvolvimento das pessoas e dos negócios.
O investimento em educação corporativa vem se tornando um dos focos principais das empresas. De acordo com a HR Innovation de 2022, no total, 76,5% das empresas priorizaram investimentos nessa prática.
Porém, segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company, nove em cada dez gerentes já sofrem com a escassez de habilidades em algumas profissões.
E 87% das empresas não possuem o talento que precisarão para o futuro. E é neste momento que o upskilling (a qualificação) e reskilling (a requalificação) dos profissionais podem solucionar estes problemas.
E o bem-estar e a saúde mental?
Um tema muito abordado foi a importância de discutir abertamente temas como ansiedade, depressão e burnout no ambiente de trabalho.
A saúde mental é tratada como uma responsabilidade ética e estratégica para as organizações, promovendo a busca por ajuda e o autocuidado como fundamentais para a recuperação e o bem-estar dos colaboradores
Painéis destacaram o papel das lideranças em promover a saúde física e mental no ambiente de trabalho, incentivando pausas, respeitando horários de descanso e criando políticas de trabalho flexíveis.
Quer saber mais sobre quais ações realizar para criar um ambiente que promova o bem-estar e a saúde mental das suas pessoas colaboradoras? Se inscreva e assista nosso webinar gratuito: Como cuidar do bem-estar e saúde mental dos colaboradores, em parceria com a Wellhub!
E aí, as pautas do CONARH combinam com a sua realidade? Conta pra gente, qual dessas tendências você acha a mais impactante para o futuro profissional no Brasil?
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