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Como o RH pode criar ambientes emocionalmente estáveis

Escrito por Alice Maneschy | Gupy | 20/6/2022

Inúmeros foram os impactos da pandemia na vida e na sociedade. Quando se trata de bem-estar e de qualidade de vida, as necessidades pós-pandêmicas ficam ainda mais evidentes. 

De acordo com uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde realizada em agosto de 2020, quase 1 bilhão de pessoas em todo o mundo sofrem de algum tipo de transtorno psicológico ou de uso de substâncias.

Assuntos relacionados à saúde mental tem sido cada vez mais abordados na mídia e nas redes sociais. Ao olhar para o mercado de trabalho, é possível identificar essa movimentação acontecendo, também, nas empresas. 

E o setor de Recursos Humanos é um dos agentes mais ativos dessa mudança. Por isso, criamos um artigo completo para falar sobre o papel o RH na construção de ambientes de trabalho emocionalmente estáveis.

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A importância do individual para o ecossistema coletivo

Empresas nada mais são do que espaços de troca entre pessoas que, juntas, levam a companhia em direção ao sucesso. Para compreender mais sobre como criar espaços coletivos saudáveis, é preciso se aprofundar um pouco mais no indivíduo, em suas necessidades e peculiaridades.

Para isso, é necessário que o RH crie dinâmicas constantes com as pessoas colaboradoras, a fim de conhecê-las cada vez mais. Desse modo, o setor pode compreender as motivações dos trabalhadores no dia a dia e desenvolver estratégias que conversem com suas necessidades reais.

E também é importante saber um pouco sobre comportamento e emoções em geral. O ambiente de trabalho não é feito somente de ações, mas também de espaços onde as pessoas colaboradoras precisam se sentir à vontade para ser elas mesmas. 

Essa é a equação perfeita para um ambiente de trabalho inclusivo, diverso e justo.

Quando uma pessoa se sente ameaçada, ela aciona mecanismos de defesa. Um lugar inseguro e estressante tem o potencial de adoecer as pessoas colaboradoras, deixando-as menos criativas e produtivas. 

Assim, é importante olhar para o cenário completo: um local de trabalho estável significa ter menos erros, ajuda na diminuição de turnover, na redução de atritos na comunicação — além de impactar diretamente no bem-estar físico e emocional, aumentando a performance das pessoas colaboradoras no trabalho.

Qual o papel do RH no bem-estar das pessoas colaboradoras?

O RH pode atuar como um filtro entre os trabalhadores e a organização. Desse modo, o time de gente e gestão pode estar mais próxima dos trabalhadores para desenvolver e gerenciar ações de engajamento e qualidade de vida.

E como o setor pode fazer isso? Veja alguns caminhos possíveis:

Acompanhe as pessoas colaboradoras de perto

A melhor maneira de saber o que as pessoas querem é perguntar. Por isso, fazer pesquisas de clima organizacional periodicamente é extremamente importante para o RH saber se as suas ações realmente condizem com os desejos das pessoas colaboradoras. 

Ouça e acompanhe os trabalhadores de perto para realmente compreender o que lhes falta — e, assim, poder agir em cima disso.

Compreenda o employer branding como ações que vão além do conceito

O conceito de marca empregadora — ou employer branding — fala de estratégias de marketing utilizadas no RH. Essas táticas são feitas para gerar uma percepção positiva da empresa no mercado, fazendo com que as pessoas tenham vontade de trabalhar e de pertencer àquela organização.

As estratégias de employer branding precisam ir muito além da teoria para fazer diferença na vida das pessoas colaboradoras. Aqui, é uma questão deve ser central: encontrar a real proposta de valor da sua empresa para os trabalhadores. 

Esta técnica é conhecida como Employee Value Proposition. A partir dela, é possível entender a essência da cultura da companhia e saber o que realmente faz com que as pessoas colaboradoras permaneçam motivadas e engajadas com o seu propósito.

Acolha a percepção das pessoas colaboradoras e faça ajustes na estratégia

Quando se trata do bem-estar no trabalho, ninguém melhor do que os funcionários da empresa para dizer se as táticas adotadas estão funcionando.

Por isso, é crucial utilizar a percepção colhida nas pesquisas de clima para reajustar os passos do projeto. O feedback das pessoas colaboradoras deve servir não somente para iniciar as ações, mas para ajustá-las ao longo do tempo. 

Qual o papel da liderança no bem-estar das pessoas colaboradoras?

Além do RH, a liderança das equipes também é responsável pela criação de um ambiente de trabalho seguro e estável. Como agentes mais próximos dos trabalhadores, os líderes podem atuar mais diretamente em situações específicas, sendo uma parceria essencial para o setor de Recursos Humanos. 

Tendo isso em vista, é preciso que a liderança tenha foco em três pilares essenciais:

  • Confiança: as pessoas colaboradoras precisam se sentir à vontade para mostrar quem realmente são e, assim, atingir seu máximo potencial. Por isso, a confiança deve ser a base das relações entre líderes e liderados, sempre com foco em desenvolvimento profissional e pessoal;

  • Suporte: o apoio da liderança precisa ir além do operacional. Para criar um ambiente seguro e estável, as pessoas colaboradoras precisam saber que podem contar com os líderes sempre que necessário;

  • Amparo: um pouco diferente de suporte, amparo é quando as pessoas sentem-se à vontade, também, para errar. Uma boa liderança é aquela que, diante de equívocos, sabe direcionar as pessoas lideradas de volta para o caminho do sucesso.

5 Dicas para construir um ambiente emocionalmente estável nas empresas

Agora que você já sabe que o RH e as lideranças precisam ser paceiros no desenvolvimento de ambientes de trabalho emocionalmente estáveis, é a hora de entender como fazer isso.

Veja 5 ações simples, mas valiosas:

1. Buscar autoconhecimento

Incentive as pessoas colaboradoras a buscar autoconhecimento — e faça isso dentro do time de RH também. A estabilidade emocional começa no individual e parte para o coletivo, não ao contrário. 

É somente com pessoas saudáveis que se constrói um ambiente realmente produtivo.

2. Conhecer as relações para interpretar as reações corretamente

Se aprofunde nas relações com as pessoas colaboradoras para conhecê-las melhor. Assim, será possível acompanhar melhor suas reações aos acontecimentos do dia a dia, aos desafios e aos novos projetos.

Porém, não force a barra. Lembre-se de que pode haver alguma resistência e de que o processo de reconhecimento um do outro deve ser natural.

3. Desenvolver respostas emocionais coerentes

Esse processo está intrinsecamente conectado ao autoconhecimento. Quando o indivíduo compreende seus sentimentos, pode desenvolver maneiras saudáveis e equilibradas para responder mesmo às situações mais difíceis. 

Ter respostas emocionais coerentes não significa eliminar medos, inseguranças ou frustrações. Muito além disso, essa técnica diz respeito à forma como se lida com os sentimentos mais complexos.

4. Compreender que pessoas tem dias ruins

É claro que a liderança e o RH precisam buscar pessoas que tenham profissionalismo para encarar uma rotina de trabalho. Porém, é preciso lembrar que os seres humanos são íntegros e que o que acontece em suas vidas pessoais pode afetá-los a ponto de que os dias fiquem mais difíceis em alguns momentos.

Uma boa liderança e um bom time de RH devem estar preparados para lidar com esses contextos e incentivar a pessoa colaboradora para sentir-se à vontade e apoiada.

5. Ser mais forte, mais sábio e gentil = ser mais seguro

Lembre-se: é através de um diálogo transparente e honesto acerca do equilíbrio emocional no trabalho que as organizações podem se tornar a peça chave na transformação deste cenário.

Uma cultura organizacional focada na habilidade de se relacionar com pessoas gera um ambiente de trabalho mais seguro. Por isso, o principal de todas essas dicas é estar presente e atento às necessidades das pessoas colaboradoras da sua companhia.