Como manter uma cultura organizacional forte no home office
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Se em tempos de operação normal nas empresas, com todos os colaboradores reunidos no escritório, a cultura organizacional já era decisiva para o sucesso dos negócios, agora, em época de funcionários trabalhando de forma remota para conter a pandemia de coronavírus, a importância dela multiplica!
Só mesmo princípios e valores bem definidos e compartilhados são capazes de vencer a distância física e alinhar todos os colaboradores na busca do objetivo da organização.
“Uma cultura forte se dá quando as pessoas trabalham do mesmo modo naturalmente, sem que outras precisem dizer como fazer. Numa época de crise e com colaboradores espalhados por todo o canto do país, ter valores alinhados ajuda todos a remarem na mesma direção, o que torna a tomada de decisão muito mais rápida. Essa agilidade é importantíssima, porque mais do que nunca precisamos nos reinventar”, afirma a Mariana Dias, CEO e cofundadora da Gupy.
A diretora de Gente e Gestão da empresa, Stefanie Ferracciu, faz coro. “Neste momento de instabilidade, a cultura organizacional talvez seja o principal aspecto dos negócios, o que mais deve ser falado e vivenciado na rotina de trabalho.”
Como manter uma cultura forte numa operação 100% home office
É principalmente em momentos de crise que todos, gestores e colaboradores, precisam manter a cultura viva. A missão fica mais fácil se você entender que pode fortalecê-la com pequenas ações na sua rotina.
“Desde as interações entre as pessoas do time até as formas de reconhecimento dadas pela empresa, passando pelas reuniões e encontros. Em todas as situações, vale relembrar algum determinado valor da cultura para que ela permaneça viva em todos”, diz Stefanie.
O CMO e cofundador da Gupy, Guilherme Dias, lembra que, quando se tem uma cultura organizacional bem estabelecida, as ações do dia a dia são contagiadas pelos valores de modo inconsciente e automático. “Queremos ser muito bons em trabalhar de forma remota e fomos estudar e entender as melhores práticas para chegar lá. Esse movimento aconteceu naturalmente, sem que a gente pensasse ou precisasse dizer ‘temos que ser referência, porque esse é um valor da nossa cultura’”, diz.
Evite que a sua empresa caia no erro de deixar de lado todo os valores da cultura só porque a situação mudou e o contexto é instável. “Em momentos de crise como este, quando as empresas estão fazendo várias mudanças de processos e demissões, a cultura tem que se provar.”, afirma Mariana. Segundo ela, se sua organização conseguir atrelar às novas medidas os princípios e valores da empresa, a cultura tende a sair ainda mais fortalecida quando tudo passar.
A arte de se reinventar
A CEO da Gupy diz que por vezes teve muitas dúvidas e receios sobre a mudança da Gupy para uma operação totalmente remota, mas sabia que era preciso agir rápido para garantir a saúde dos colaboradores e do negócio. “A primeira lição desse processo é entender que vamos aprendendo aos poucos”, afirma.
As equipes estão gradualmente se adaptando. Percebendo que não fazia mais sentido fazer determinada tarefa nesse novo contexto, passaram a ajudar em outras frentes. “Esse é um claro exemplo de alguns dos nossos valores, o juntos somos mais fortes e o brilhar os olhos. A cultura tem nos ajudado a passar por esse momento de crise de forma um pouco mais fácil e é peça-chave para as empresas se reinventarem, o que é essencial neste momento”, diz Mariana.
Para garantir que os colaboradores estão engajados e remando na mesma direção, a empresa instituiu as chamadas dailys, reuniões rápidas e diárias entre os membros das equipes. Os encontros da liderança também mudaram: acontecem quinzenalmente agora. Ainda, grupos específicos foram formados para acompanhar os indicadores da empresa e agilizar as tomadas de decisão a fim de fazer brilhar os olhos de funcionários, clientes e parceiros.
Tem mais: pesquisas de satisfação estão sendo enviadas toda a semana aos colaboradores para que a área de gente e gestão possa dar o suporte necessário aos funcionários. A primeira delas mostrou que alguns profissionais se sentiam solitários nesse novo jeito de trabalhar.
Não demorou muito para que a pessoa responsável pela organização e manutenção do escritório, figura querida entre os funcionários, assumisse uma nova função: a de ligar diariamente para dez colaboradores a fim de saber como eles estão. “Ver todo mundo querendo fazer o negócio acontecer e dar certo é prova do quão forte é a nossa cultura”, afirma a diretora de Gente e Gestão.
Entre tantas mudanças que já aconteceram e outras que estão por vir, Mariana, Guilherme e Stefanie têm uma certeza: a liderança possui papel fundamental em momentos de instabilidade como esse que vivemos.
“É preciso que os gestores estejam próximos do time. Eles devem ajudar desde questões que envolvem ferramentas de trabalho até a saúde mental dos colaboradores. Precisam dar direcionamento para o trabalho que deve ser feito, garantindo que as ações sejam desdobradas de forma rápida, algo que, sozinhos, não conseguiríamos fazer com eficiência”, diz Mariana. Ela lembra também que mostrar vulnerabilidade e pedir ajuda aos colaboradores nessa hora é uma forma de a liderança ajudar na busca de respostas num cenário desafiador.
O papel do RH
Mais do que nunca, você, profissional de recursos humanos, é peça essencial nas empresas, pois todas essas mudanças envolvem pessoas e a cultura da organização. “O RH precisa pensar no negócio e em todos os colaboradores a fim de que eles estejam bem e com os recursos e ferramentas necessárias para a operação acontecer. Apoiar a liderança em como gerir pessoas remotamente também é muito importante”, afirma Stefanie.
Segundo ela, os departamentos de RH também estão sendo forçados a se reinventarem e devem sair dessa crise transformados. “Todo dia tem um novidade que precisamos estudar e entender. Olhar para as empresas no exterior, onde a crise de Covid-19 já está mais avançada, é uma maneira de se antecipar e traçar medidas por aqui”, diz.
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