O tempo em que o termo “workaholic” era citado como motivo de orgulho já passou. Hoje, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é cada vez mais visado no mundo corporativo, e um colaborador viciado em trabalho é um sinal de alerta na equipe.
A exposição de uma pessoa a longas horas de jornada é apontada como um dos fatores de risco ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Estudos relacionados ao tema divulgados pelas entidades indicam que, proporcionalmente, 47% das mortes relacionadas ao trabalho foram ocasionadas por esse motivo.
Previna-se contra esse tipo de situação no dia a dia da sua corporação e faça a leitura deste artigo da Pulses para descobrir como é possível identificar comportamentos de risco no ambiente profissional.
De que forma a gestão de pessoas pode detectar o vício no trabalho no dia a dia? Relacionamos a seguir os indícios que devem ser observados para evitar complicações decorrentes desse problema. Confira!
Sabe aquele funcionário que chega sempre antes do horário e é o último a ir para casa? Vez ou outra, horas extras podem ser necessárias. Porém, avançar o período de trabalho repetidas vezes pode ser um aviso!
Em jornadas remotas ou home office, isso também é percebido quando, por exemplo, o envio de comunicações a qualquer hora se torna um hábito.
Fique por dentro dos desafios da cultura organizacional com modelos de trabalho remoto e híbrido!
É importante prestar atenção em pessoas que desenvolvem atividades profissionais em dias de folga ou aos finais de semana. Levar trabalho para casa não é uma boa prática em termos de saúde mental.
Portanto, exagerar na disponibilidade também é uma amostra de que algo não vai bem.
Um colaborador viciado em trabalho inevitavelmente vai apresentar sinais extremos de cansaço. Entre eles, estão:
Observe se há algum caso assim na equipe.
O fato de trabalhar doente, ou em qualquer outra condição que exija afastamento, é mais uma evidência de que o profissional pode estar altamente dependente do trabalho.
Sem contar que esse é um ato capaz de colocar em risco não só a própria saúde, como também a saúde dos colegas.
É comum que pessoas em situação de vício tentem escapar da realidade e apontar argumentos na tentativa de contrariar o problema.
Ao notar isso durante conversas, é preciso que líderes e RH analisem bem o caso e busquem apoio de profissionais especializados, como psicólogos e terapeutas.
A dependência ocupacional faz com que o profissional deixe de conviver com amigos que não fazem parte das relações de trabalho. Casos extremos podem, inclusive, atrapalhar a proximidade com familiares.
As pausas ao longo do dia são fundamentais para uma boa produtividade. Quando alguém trabalha compulsivamente, porém, momentos assim se tornam um empecilho na rotina.
É o caso de quem almoça em frente ao computador, não deixa o celular de lado ou responde mensagens de trabalho enquanto faz um intervalo.
Uma das prováveis causas que desencadeiam uma relação excessiva com a vida profissional é o temor por uma demissão. Ainda que não haja razão para tal, alguns funcionários se sentem na obrigatoriedade de se provarem melhores a cada dia, com receio de serem desligados.
Essa é uma consequência diretamente ligada a uma gestão de pessoas que não disponibiliza um canal de abertura para ouvir os colaboradores, ou que desconsidera práticas frequentes de feedback e reconhecimento.
Baixe o eBook da Pulses com 5 modelos de feedback para colocar em prática na sua gestão!
O profissional viciado em trabalho geralmente diz “sim” a qualquer sugestão ou solicitação nas interações com os colegas, mesmo quando já está no limite das suas atribuições.
Isso deixa o colaborador sobrecarregado e o torna ainda mais suscetível a ser compulsivo pelo trabalho.
Assim como falamos anteriormente sobre o cansaço, traços de estresse no trabalho podem ser observados em quem está alimentando um estado de dependência com a empresa. Entre eles, estão:
E, mesmo que o colaborador workaholic tenha inúmeras tarefas a cumprir, a baixa produtividade também pode se manifestar como uma consequência desse tipo de transtorno.
É mais ou menos como falamos acima: ao consultar os compromissos de um funcionário sob suspeita de estar desenvolvendo um vício pela atividade profissional, é bem provável que a agenda esteja constantemente preenchida.
Isso tem relação com outros itens que já abordamos até aqui, como pegar para si muitas demandas extras ou mesmo ter uma vontade incontrolável de demonstrar importância, envolvendo-se em questões que nem sempre são pertinentes ao seu papel na organização.
Outro ponto que pode revelar a obsessão de um funcionário pelo trabalho é constatar que ele sempre fala sobre a empresa, suas atividades ou projetos durante as conversas, até mesmo em happy hours ou em contato com pessoas de fora da companhia.
Conferir mensagens nos canais da corporação o tempo todo é característico de um colaborador viciado em trabalho. Há pessoas que estendem esse comportamento a horas vagas, mantendo a conexão com compromissos profissionais fora do local ou horário comercial.
Uma pessoa obcecada pelo trabalho não consegue aceitar tranquilamente o fato de que o período de férias deve ter total afastamento das obrigações profissionais.
Por isso, é normal que ela adie ao máximo a programação desse descanso, ou que não se desconecte enquanto estiver fora.
Especialistas explicam que a devoção exagerada pelas funções profissionais podem ter como causa raiz a baixa autoestima ou uma fuga para controlar transtornos de ansiedade.
A fim de entender os limites entre as relações profissionais, pesquisadores noruegueses criaram um instrumento para ajudar na compreensão dos limites que distanciam um profissional dedicado de um viciado em trabalho.
A “Escala Bergen de Vício em Trabalho” avalia perguntas como:
Respostas positivas a essas questões ajudam a entendermos quando o trabalho passa a se tornar um vício na vida de qualquer pessoa. O teste já chegou a ser adaptado e aplicado em brasileiros.
Existem duas possibilidades de ligar a dependência às condições de saúde mental no trabalho de um indivíduo. Veremos em detalhes abaixo!
Conforme citamos no tópico anterior, uma pessoa psicologicamente vulnerável tende a posicionar o trabalho como uma compensação para algum tipo de sofrimento, como a depressão ou a ansiedade, por exemplo.
Desse modo, alguns estudiosos concluem que fragilidades atribuídas à saúde mental podem levar um funcionário a se tornar um viciado em trabalho.
Quando condições externas favorecem a condição clínica de obsessão ocupacional, observa-se o prejuízo à saúde mental como um reflexo dessa circunstância.
Um estudo realizado na França sugere que funções exercidas sob pressão e com alto índice de demanda aumentam em cinco vezes o risco de que colaboradores se tornem viciados em trabalho.
Esse é um contexto que pode levar a outros diagnósticos preocupantes, como a Síndrome de Burnout.
A melhor opção é evitar que os talentos da sua empresa adquiram esse tipo de compulsão pela atividade profissional. É interessante abordar o tema em rituais de gestão, fazendo recomendações que ajudam os colaboradores a não adotarem condutas abusivas, como:
Agora, uma vez identificados padrões de um colaborador viciado em trabalho, o mais indicado é buscar profissionais especializados para ajudar no diagnóstico e no controle desses impulsos.
O que o RH e gestores podem fazer para evitar isso, porém, é acompanhar de perto seus times, com leituras aprofundadas e inteligentes de comportamento.
Sendo assim, é imprescindível avaliar continuamente indicadores relacionados ao bem-estar das equipes para monitorar esse e outros tipos de características que venham a desfavorecer um desempenho profissional saudável.
Então, que tal conferir uma dica da Pulses sobre um instrumento projetado justamente para essa finalidade?