70% das pessoas colaboradoras acreditam que seu propósito é definido pelo trabalho.
Essa é uma grande oportunidade para gestores de RH e líderes incentivarem seus colaboradores a exercerem seu propósito individual através das suas atividades profissionais.
Recentemente, a consultoria Mc Kinsey & Company divulgou o artigo “Help your employees find purpose — or watch them leave”, em que descreve o estudo feito com colaboradores estadunidenses sobre o propósito das pessoas atrelado às organizações.
Constatou-se que, em um ambiente de trabalho mais aberto ao exercício do propósito individual, os colaboradores se sentem mais dispostos e engajados, têm maior lealdade e maior disposição de recomendar a empresa como um bom lugar para se trabalhar.
Para descobrir a importância do desenvolvimento de pessoas alinhado aos seus propósitos e o impacto disso no turnover, continue lendo!
Propósito é o significado que uma pessoa atribui a sua própria vida, como um senso de direção.
Os seres humanos sentem uma necessidade nata de encontrar inspiração, algo que lhes faça sentir vivos e energizados — e isso é o propósito individual.
Quando uma pessoa encontra o propósito, ela descobre maneiras de permanecer motivada e seguir no cumprimento dessa missão.
No entanto, de acordo com a consultoria Mc Kinsey & Company, 85% das pessoas acreditam que possuem um propósito individual, mas apenas 65% delas sentem que estão atuando em favor disso.
Em decorrência da COVID-19, quase dois terços da força de trabalho estava refletindo sobre o seu propósito de vida e metade deles está reconsiderando sua atuação profissional.
A geração millennial, por exemplo, é três vezes mais propensa a reavaliar o seu trabalho do que as demais.
Diante desses dados, líderes e gestores têm se mobilizado para elaborar estratégias ainda mais acuradas para retenção de talentos, considerando a saúde organizacional e o bem-estar dos colaboradores.
Há um senso comum de que as pessoas encontram o seu propósito de vida através do trabalho.
Para Bill Schaninger, Especialista e Mestre em Gestão de Recursos Humanos, são os indivíduos que definem o seu próprio senso de direção, e não o contrário. Porém, a esfera do trabalho é uma das formas possíveis de exercer esse propósito, tal qual a vida acadêmica.
Desse modo, o segredo para a organização é ajudar os seus colaboradores a elevar esse propósito ao máximo, seja criando treinamentos ou até mesmo dando a oportunidade de uma nova função dentro da empresa.
Como consequência, a empresa assume um papel de “facilitador de propósitos” e o protagonismo fica por conta do colaborador.
O turnover é a quantidade de colaboradores que entram em relação à quantidade de pessoas que saem da empresa — por isso, esse indicador também é chamado de “rotatividade de pessoal”.
Se o quebra-cabeças entre turnover nas empresas e o propósito individual da pessoa colaboradora ainda parece confuso, vale considerar a relação direta entre os pedidos de demissão e o sentimento de insatisfação.
Para algumas pessoas colaboradoras o pedido de demissão acontece, não somente em busca de melhores condições de trabalho, mas também pelo desejo de encontrar uma atividade que dê motivação, desafio e ambição todos os dias.
Além disso, dados demonstram que colaboradores que vivem o seu propósito em suas vidas profissionais relatam 6,5 vezes mais resiliência. Essa habilidade comportamental tem impacto direto na forma como a pessoa colaboradora reage em situações de estresse ou sob pressão.
Ainda de acordo com a Mc Kinsey & Company:
“Eles são quatro vezes mais propensos a relatar melhor saúde, seis vezes mais propensos a querer permanecer na empresa e uma vez e meia mais propensos a ir além para tornar sua empresa bem-sucedida.”
Em um planejamento estratégico de negócios, é muito comum que as organizações utilizem metodologias como missão, visão e valores para traduzir as suas atividades de trabalho.
A missão de uma empresa é o propósito pelo qual ela existe. Já a visão é em qual status deseja chegar em um tempo determinado. Os valores, por sua vez, são as condutas ou comportamentos esperados dentro da organização.
Um equívoco muito comum nas empresas é que sua missão, visão e valores se tornem um papel posto na parede da empresa, e que não refletem necessariamente o dia a dia daquele trabalho.
A pesquisa mencionada anteriormente também demonstra que os funcionários são cinco vezes mais propensos a trabalhar em uma empresa que passa tempo refletindo sobre o impacto que causa no mundo.
Isso significa que há uma relação direta na retenção de talentos e o propósito organizacional.
A missão, isto é, o propósito organizacional, deve ser autêntico e refletir genuinamente o papel significativo que a empresa tem na sociedade; caso contrário, os seus funcionários perceberão.
“E-mails constrangedores para sua equipe sobre esforços de responsabilidade social corporativa que parecem desconectados da experiência cotidiana da equipe só inspiraram cinismo.
[...]
Quando autênticas e bem tratadas, as reflexões sobre o quadro geral podem inspirar um senso de propósito. - McKinsey & Company
Assim, com um propósito organizacional bem delineado, você pode estabelecer ações que vão além da responsabilidade social, mas que também expressam a sua responsabilidade com seus colaboradores.
Avaliações de fit cultural também são importantes para qualificar a pessoa candidata, principalmente, se houver como mapear a ligação entre o propósito da empresa com o da pessoa candidata.
De longe, a proposta não é que essa seja uma avaliação de caráter espiritual ou holística. Na verdade, a consideração sobre a vocação para o trabalho e o propósito pessoal deve permear o que chamamos de soft skills.
Essas são aquelas habilidades que vão além do conhecimento técnico, ou do currículo de papel, mas que foram desenvolvidas ao longo de toda a história de vida da pessoa candidata.
Um ponto importante a mencionar é que o time de Gente e Gestão também pode trazer provocações sobre o propósito no trabalho.
73% dos colaboradores expressaram o desejo de que seu empregador ofereça mais oportunidades de propósito em seu trabalho diário.
Encontros que tratam de saúde, bem-estar no trabalho e produtividade podem ser especialmente úteis se forem guiar a pessoa colaboradora a refletir:
Com essas respostas, a liderança terá a responsabilidade de atuar como articuladora de propósitos, e a pessoa colaboradora terá a decisão de conectar (ou não) a sua atual função com o seu propósito pessoal.