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5 prioridades para lideranças de RH

Escrito por Vitória J Nunes | GUPY | 14/3/2022

Prioridades, no plural. Ao pensar nas inúmeras ações que a área de Recursos Humanos promove ao longo do ano é praticamente impossível elencar apenas uma prioridade.

Antes, havia uma preocupação maior com a otimização de custos, mas agora há atenção voltada para a excelência operacional.

A fim de entender quais foram as mudanças que impulsionaram esse senso de urgência, a consultoria Gartner apresentou o relatório Future of HR 2022.

Foram entrevistados mais de 500 líderes de RH que atuam em 60 países — são diretores, coordenadores, CPOs e CHROs.

Pelo menos três fatores principais impulsionaram a mudança de rota para tais lideranças e os levaram a criar um plano de ação com novas prioridades:

  • O trabalho híbrido: Pelo menos 92% das lideranças de RH esperam que alguns dos seus funcionários trabalhem remotamente.
  • O aumento da rotatividade está motivando a competição por talentos: 91% dos entrevistados disseram estar significativamente preocupados/preocupados com a perda de colaboradores por turnover.
  • Pressão para fomentar D&I: 76% dos candidatos a uma vaga de emprego dizem avaliam questões relacionadas com Diversidade e Inclusão quando recebem novas oportunidades de emprego.

As lideranças de Recursos Humanos estão de olho nos impactos organizacionais da área: as prioridades envolvem previsibilidade, ferramentas para aumentar a produtividade e bem-estar das pessoas colaboradoras.

1. Maior exigência no desenvolvimento de habilidades e competências

O Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2020 do Fórum Econômico Mundial já apontava que as lideranças estariam ainda mais exigentes com os seus colaboradores no quesito requalificação profissional.

A Gartner confirma esse fato ao expressar que 59% das pessoas entrevistadas disseram que essa é uma prioridade para 2022.

Por outro lado, há um grande desafio no treinamento de colaboradores: existem pouquíssimas soluções disponíveis no mercado de RH que sejam realmente personalizadas.

As plataformas gamificadas de aprendizagem corporativa podem ser uma boa alternativa para quem precisa realizar a gestão de talentos em torno de habilidades e não de funções.

Personalizar o treinamento por meio de plataformas pode acelerar a velocidade da atualização exigida pela organização, enquanto desenvolve as habilidades em uma curva de aprendizagem ascendente.

2. Design organizacional e Gestão da Mudança

Realizar uma boa gestão das mudanças considerando o design da organização é uma prioridade para 48% das lideranças de RH.

Para eles, o grande desafio é conseguir realizar as transformações necessárias sem impactar negativamente os seus colaboradores.

Após dois anos de pandemia, as equipes de gente e gestão já podem perceber um cansaço visível em seus colaboradores acompanhados de uma produtividade também reduzida.

O cuidado com a saúde global do colaborador exigirá ainda mais atenção para saúde mental, bem-estar corporativo, saúde nos relacionamentos e ambiente de trabalho seguro.

3. Liderança para hoje e para o futuro

Algumas organizações estão enfrentando problemas relacionados ao desenvolvimento de lideranças no curto e médio prazo.

Em entrevista para a Gartner, 45% das lideranças de Recursos Humanos estavam preocupadas com o seu banco de líderes para hoje e para o futuro.

Outros 24% confessaram que não conseguiram desenvolver líderes de nível mediano de maneira efetiva.

As barreiras enfrentadas neste processo envolvem:

  • Falta de clareza no plano de carreira e quais são os próximos passos que os colaboradores precisam tomar para se destacar;
  • Pouco convívio entre profissionais juniores com profissionais sêniores.
  • Ausência de líderes inspiradores ou programa mentorias.

Especialistas apontam que uma liderança orientada pela empatia pode ser um dos caminhos para minimizar esses impactos – pessoas devem ser priorizadas ao invés de processos.

4. Futuro do trabalho

A liderança empática tem a responsabilidade de gerar uma mentalidade coletiva de crescimento e construir uma confiança com seus liderados prezando pela confidencialidade.

A quarta prioridade para 42% das pessoas que estão em cargos de liderança de RH é a criação de estratégias para adaptar seus colaboradores para o futuro do trabalho.

O que acostumamos a chamar de “futuro do trabalho” já se confunde com a realidade enfrentada por empresas desde a pandemia do COVID-19.

Assim, as lideranças de Recursos Humanos estão preocupadas com tantas alterações em metas e o que farão para atingir os resultados macro da organização.

Será necessário se concentrar em análises preditivas sobre os impactos positivos e negativos, seguidos de um novo planejamento tático e estratégico. 

5. Diversidade, Equidade e Inclusão

A pesquisa Current Population Survey do Bureau Of Labor Statistics revelou que apenas 29% das mulheres norte-americanas estão em cargos de C-levels e apenas 17% pertencem a alguma minoria racial.

O maior desafio no quesito Diversidade, Equidade e Inclusão está em contar com a co-responsabilização dos cargos mais altos da empresa.

36% das pessoas líderes entrevistadas pela Gartner relataram que estão em constante conversa com C-levels e demais lideranças sobre essa questão.

Para resultados mais efetivos, é preciso incluir pessoas pertencentes a grupos minorizados nas tomadas de decisão, criar de um comitê de Diversidade e Inclusão, além de acompanhar indicadores.

Segundo a Gartner, 37% dos candidatos a uma vaga não participariam em processos seletivos de empresas que têm índices de satisfação negativos entre minorias raciais.

Por isso, cuidar da Diversidade, Equidade e Inclusão tem um valor muito importante na atração de talentos desde o processo seletivo.