Prioridades, no plural. Ao pensar nas inúmeras ações que a área de Recursos Humanos promove ao longo do ano é praticamente impossível elencar apenas uma prioridade.
Antes, havia uma preocupação maior com a otimização de custos, mas agora há atenção voltada para a excelência operacional.
A fim de entender quais foram as mudanças que impulsionaram esse senso de urgência, a consultoria Gartner apresentou o relatório Future of HR 2022.
Foram entrevistados mais de 500 líderes de RH que atuam em 60 países — são diretores, coordenadores, CPOs e CHROs.
Pelo menos três fatores principais impulsionaram a mudança de rota para tais lideranças e os levaram a criar um plano de ação com novas prioridades:
As lideranças de Recursos Humanos estão de olho nos impactos organizacionais da área: as prioridades envolvem previsibilidade, ferramentas para aumentar a produtividade e bem-estar das pessoas colaboradoras.
O Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2020 do Fórum Econômico Mundial já apontava que as lideranças estariam ainda mais exigentes com os seus colaboradores no quesito requalificação profissional.
A Gartner confirma esse fato ao expressar que 59% das pessoas entrevistadas disseram que essa é uma prioridade para 2022.
Por outro lado, há um grande desafio no treinamento de colaboradores: existem pouquíssimas soluções disponíveis no mercado de RH que sejam realmente personalizadas.
As plataformas gamificadas de aprendizagem corporativa podem ser uma boa alternativa para quem precisa realizar a gestão de talentos em torno de habilidades e não de funções.
Personalizar o treinamento por meio de plataformas pode acelerar a velocidade da atualização exigida pela organização, enquanto desenvolve as habilidades em uma curva de aprendizagem ascendente.
Realizar uma boa gestão das mudanças considerando o design da organização é uma prioridade para 48% das lideranças de RH.
Para eles, o grande desafio é conseguir realizar as transformações necessárias sem impactar negativamente os seus colaboradores.
Após dois anos de pandemia, as equipes de gente e gestão já podem perceber um cansaço visível em seus colaboradores acompanhados de uma produtividade também reduzida.
O cuidado com a saúde global do colaborador exigirá ainda mais atenção para saúde mental, bem-estar corporativo, saúde nos relacionamentos e ambiente de trabalho seguro.
Algumas organizações estão enfrentando problemas relacionados ao desenvolvimento de lideranças no curto e médio prazo.
Em entrevista para a Gartner, 45% das lideranças de Recursos Humanos estavam preocupadas com o seu banco de líderes para hoje e para o futuro.
Outros 24% confessaram que não conseguiram desenvolver líderes de nível mediano de maneira efetiva.
As barreiras enfrentadas neste processo envolvem:
Especialistas apontam que uma liderança orientada pela empatia pode ser um dos caminhos para minimizar esses impactos – pessoas devem ser priorizadas ao invés de processos.
A liderança empática tem a responsabilidade de gerar uma mentalidade coletiva de crescimento e construir uma confiança com seus liderados prezando pela confidencialidade.
A quarta prioridade para 42% das pessoas que estão em cargos de liderança de RH é a criação de estratégias para adaptar seus colaboradores para o futuro do trabalho.
O que acostumamos a chamar de “futuro do trabalho” já se confunde com a realidade enfrentada por empresas desde a pandemia do COVID-19.
Assim, as lideranças de Recursos Humanos estão preocupadas com tantas alterações em metas e o que farão para atingir os resultados macro da organização.
Será necessário se concentrar em análises preditivas sobre os impactos positivos e negativos, seguidos de um novo planejamento tático e estratégico.
A pesquisa Current Population Survey do Bureau Of Labor Statistics revelou que apenas 29% das mulheres norte-americanas estão em cargos de C-levels e apenas 17% pertencem a alguma minoria racial.
O maior desafio no quesito Diversidade, Equidade e Inclusão está em contar com a co-responsabilização dos cargos mais altos da empresa.
36% das pessoas líderes entrevistadas pela Gartner relataram que estão em constante conversa com C-levels e demais lideranças sobre essa questão.
Para resultados mais efetivos, é preciso incluir pessoas pertencentes a grupos minorizados nas tomadas de decisão, criar de um comitê de Diversidade e Inclusão, além de acompanhar indicadores.
Segundo a Gartner, 37% dos candidatos a uma vaga não participariam em processos seletivos de empresas que têm índices de satisfação negativos entre minorias raciais.
Por isso, cuidar da Diversidade, Equidade e Inclusão tem um valor muito importante na atração de talentos desde o processo seletivo.