Muitas vezes, pesquisadores e profissionais tendem a avaliar o engajamento com base em instrumentos de modo espaçado no tempo. Porém, o que as pesquisas têm demonstrado é que até mesmo funcionários altamente engajados podem ter um dia ruim e, às vezes, apresentar um desempenho abaixo do que sempre apresentam.
Desde então, muitos avaliadores passaram a acompanhar as mudanças diárias do engajamento no trabalho, coletando informações dos padrões de engajamento dos colaboradores com mais detalhes, ao longo do tempo. O que eles perceberam é o óbvio (que muitas vezes precisa ser dito): as pessoas mudam ao longo dos dias.
Uma das soluções sugeridas foi a de que as pesquisas de engajamento sejam realizadas a partir do relato dos colaboradores, perguntando sobre como lembravam que se engajaram nos últimos meses. Apesar de ser uma solução simples, ela é obviamente falha, principalmente considerando a natureza da nossa memória de longo prazo e capacidade de recordação. Metodologicamente essas informações não seriam confiáveis.
A verdade é que, para investigar o Engajamento, é essencial coletar informações de forma contínua, como uma experiência momentânea, transitória e que flutua ao longo do tempo. Determinados fenômenos exigem determinados tipos de medida, por isso, você não pode medir o Engajamento com base em recortes no tempo, pois, é da natureza do Engajamento a sua fluidez e mutabilidade.
A vantagem em adotar pesquisas contínuas de engajamento está no fato de prevenir os riscos dos vieses de memória. Mas, também, por permitir a identificação de correlações mais claras entre os níveis de Engajamento encontrados e eventos importantes que estejam ocorrendo na organização, contribuindo para ações mais rápidas e assertivas, visando contornar perdas em termos do desenvolvimento das pessoas e do desempenho no trabalho.
Uma forma simples de solucionar essa dificuldade, é com o auxílio da tecnologia, por meio das pesquisas de pulsos que, ao longo do tempo, vão coletando as percepções dos colaboradores e permitindo uma análise estatística mais acurada do Engajamento, sem encher os colaboradores de perguntas e sem perder a experiência mutável e fluída do Engajamento no trabalho.
Na literatura, pesquisas demonstram que engajamento impacta em diversos resultados organizacionais. Em relação ao nível organizacional, podemos citar: maior margem de lucro, melhor desempenho dos colaboradores, maior fidelização dos clientes, maior produtividade, maiores retornos aos acionistas, menores incidentes de segurança.
Em termos individuais, os colaboradores tendem a apresentar menos estresse, mais saúde física e psicológica, melhor balanço de vida pessoal e profissional, menor tendência de desistência, mais satisfação com o trabalho, entre outros.
Alguns desses resultados foram calculados em termos de percentual, demonstrando que os maiores níveis de Engajamento estão relacionados com:
Quando estamos atentos ao nível de Engajamento da organização, também estamos cuidando da sustentabilidade do negócio, considerando fatores como capital humano, motivação dos colaboradores, índice de turnover e resultados financeiros e operacionais, além da própria qualidade de vida e segurança das pessoas no trabalho.
Então, se o engajamento é um fenômeno voltátil, o mundo dos negócios, com certeza, é ainda mais. Dessa forma, uma coisa é certa: se as empresas pretendem ser bem-sucedidas, em tempos de volatilidade, os líderes precisam entender e contribuir de forma ativa para ouvir continuamente seus colaboradores e estar atentos para a experiência dos colaboradores em sua empresa. Do contrário, estarão tomando medidas atrasadas, em um cenário competitivo e de mudanças constantes.