Durante os meses mais intensos da pandemia do coronavírus, muitas organizações tiveram que fazer cortes de pessoal para que não fechassem as portas. O Outplacement, neste contexto, foi uma das soluções adotadas pelo Recursos Humanos para minimizar os impactos causados pelas demissões tanto na vida do colaborador quanto na imagem da empresa.
Sabemos que o trabalho tem um papel muito importante na estabilidade emocional e até mesmo na identidade das pessoas. A instabilidade de um período de desemprego pode trazer graves consequências emocionais, como baixa autoestima, sintomas de depressão, redução e autoeficácia e mal-estar psicológico.
É uma metodologia que tem a finalidade de instruir e capacitar os colaboradores que foram demitidos da empresa para que possam ser realocados profissionalmente no mercado de trabalho. Além de facilitar a reinserção do profissional, o Outplacement também visa diminuir os impactos que o desligamento causa na organização.
O processo de Outplacement ajuda principalmente ex-funcionários que atuaram durante um longo período na mesma empresa e, por isso, já não têm mais familiaridade com o mercado de trabalho, tampouco prática para lidar com as entrevistas de emprego. Porque, além de auxiliar com técnicas de autoconhecimento, o método também contribui com as habilidades para que o profissional se torne um forte candidato a novas vagas.
De forma resumida, o Outplacement pode ser definido pelas seguintes ações:
Estima-se que os profissionais que passam pelo processo de Outplacement têm muito mais chances de serem realocados no mercado de trabalho primeiramente do que os que não recebem o mesmo auxílio.
Agora que você já sabe o que é Outplacement, mostraremos os principais benefícios que tanto o empregado quanto a própria empresa podem usufruir com a implementação deste método nos processos de desligamento.
A demissão por si só é um momento complicado. O colaborador sente que, ao ser dispensado, perdeu a estabilidade financeira e que está mais vulnerável. O papel da empresa, neste contexto, é acolher o ex-empregado da melhor maneira possível durante todo o procedimento de demissão. Por consequência, ele pode vir a se tornar um divulgador dos pontos positivos da organização por onde passar.
Além disso, neste sentido, o Outplacement é bom para os colaboradores que permanecem na equipe, pois mostra que a companhia se preocupa com a qualidade de vida e com a carreira de cada integrante do quadro de profissionais.
Assim, eles se sentem mais seguros e, consequentemente, mais motivados para realizarem as suas tarefas, gerando melhores resultados.
Quando uma relação de trabalho não termina bem, isto é, com um funcionário descontente com as práticas adotadas ou motivos da empresa tê-lo demiti-lo, as chances de que ele mova um processo trabalhista são grandes, e isso gera uma grande variedade problemas para a organização, especialmente para a sua imagem diante do mercado e dos próprios colaboradores.
Por isso, uma das vantagens do Outplacement é que esse processo conta com profissionais especializados em prospecção de mercado e planejamento de carreira para que possam criar estratégias de demissão mais eficientes.
Dessa forma, é possível evitar conflitos com os ex-empregados e ajudá-los a se realocarem no mercado de trabalho, reduzindo significativamente o índice de ações trabalhistas.
Se há um indicador de satisfação dos empregados em relação às políticas internas e a qualidade do ambiente de trabalho da empresa é o clima organizacional.
Toda a produtividade e o desempenho da equipe é positivamente afetado por um bom clima organizacional. Os índices de absenteísmo e o turnover também são reduzidos por consequência.
O fato é que sempre que um funcionário é demitido, os membros que permaneceram na equipe focam a sua atenção no ex-colaborador, especificamente na forma como a empresa lidou com a questão.
Se o processo de desligamento é feito de forma humanizada, os profissionais verão isso e saberão que a companhia tem responsabilidade com os seus ativos humanos. Essa percepção contribui com a melhoria do clima do ambiente de trabalho, mesmo diante de cenários não muito agradáveis.
Como foi dito, é muito comum que pessoas que passaram bastante tempo na mesma empresa tenham dificuldades para encarar os hábitos do mercado de trabalho atual, o que influencia muito em sua realocação profissional. O Outplacement abrange diversas fases de suporte, planejamento, aconselhamento e preparação de carreira para os membros desligados da equipe.
A consultoria do RH oferecerá todo o suporte necessário para que os colaboradores demitidos estejam aptos a se candidatarem a novas oportunidades, como palestras de capacitação, auxílio para que traçar objetivos de carreira e muito mais.
A imagem da empresa diante da sociedade como um todo é uma preocupação importante, pois impacta em seus resultados, podendo colocá-la em posições de destaque positivas ou negativas. Neste contexto, o Employer Branding tem um papel fundamental na credibilidade que o negócio transmite ao público-alvo, à concorrência e aos próprios funcionários.
Uma das principais vantagens do Outplacement é que as suas práticas visam valorizar os ativos humanos desde a sua entrada na empresa, passando pelo seu tempo de permanência, até o desligamento.
A premissa é manter laços positivos duradouros ainda que o profissional não faça mais parte da equipe, pois isso gera impactos inestimáveis.
Afinal, uma companhia que é conhecida por tratar os seus empregados e ex-empregados com dignidade, respeito e preocupação com o seu bem-estar, é o ambiente perfeito para atrair os melhores talentos do mercado.
Para finalizarmos, veja algumas boas práticas sobre como o departamento de Recursos Humanos pode implementar o processo de Outplacement na empresa para minimizar os impactos das demissões.
O procedimento de desligamento precisa ser devidamente planejado antes mesmo do empregado receber um comunicado. Para isso, é importante realizar uma análise em torno do perfil pessoal e profissional daquele colaborador a fim de estabelecer qual a melhor maneira de desligá-lo.
Todos os argumentos que serão apresentados ao empregado devem ser previamente detalhados, assim como o tempo de duração do processo de Outplacement, qual a melhor data para iniciá-lo, se o procedimento será realizado individual ou coletivamente, entre outras questões importantes.
É imprescindível que todo o processo seja feito com transparência, deixando claro para o funcionário os motivos reais pelos quais ele está sendo dispensado. Um feedback, ainda que negativo, é uma ferramenta poderosa para que o profissional possa se desenvolver.
Assim que todas as informações sobre como será feito o processo de demissão estiverem reunidas, é o momento de ficar frente a frente com o empregado e informar a notícia. Essa conversa deve ser clara e objetiva, apresentando as razões reais pelas quais ele não fará mais parte da equipe.
Além de todas as questões previstas no plano de demissão, é fundamental que o profissional seja informado sobre os seus direitos, o valor do acerto e benefícios trabalhistas, como FGTS, férias proporcionais etc.
A última fase do Outplacement consiste em auxiliar o profissional para que ele se realoque no mercado de trabalho, conseguindo um novo emprego com o mínimo impacto no desenvolvimento de sua vida pessoal e carreira e, é claro, no menor tempo possível.
Algumas práticas desenvolvidas nessa fase do Outplacement são:
Como você pôde contemplar neste conteúdo, o processo Outplacement tem se tornado bastante popular nas organizações modernas, principalmente depois que as empresas precisaram adotar novas estratégias para lidar com os impactos das demissões na pandemia.
Além de acolher os profissionais e ajudá-los a se reposicionarem no mercado de trabalho, isso protege a imagem das companhias e melhora o clima organizacional.
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