Por lei, quando uma mulher dá à luz ou adota uma criança, tem o direito de ficar 120 dias afastada, a chamada licença maternidade; já o homem, tem direito a 5 dias de afastamento, com a possibilidade de estender para 20, conhecida como licença paternidade.
Porém, esse comportamento só reforça o abismo da desigualdade de gêneros que a sociedade ainda vive, além de não contemplar pais, mães ou responsáveis pertencentes ao grupo LGBTQIA+.
Por isso, hoje vamos abordar o tema flexibilidade parental, modalidade que muitas empresas já estão adotando para promover a igualdade e dar mais respaldo aos seus colaboradores (as) que desejam ter filhos.
Boa leitura!
Em alguns países da Europa, os pais de recém-nascidos podem dividir o tempo de licença e escolher o período em que cada responsável ficará cuidando da criança, ou seja, eles possuem uma flexibilidade da licença.
Aqui no Brasil, já existem corporações que adotam uma modalidade parecida, como a Yara, empresa química norueguesa e que possui escritório no Brasil. Conversamos com a Flávia Porto, Diretora de RH da Yara Brasil, e ela nos contou que na companhia existe a licença parental, onde o principal cuidador da criança recebe uma licença maior.
Flávia explica que a pandemia os fez enxergar que existem avós, tios e outras pessoas que são responsáveis por uma criança além de pai ou mãe. Por isso, a iniciativa de separar em primeiro e segundo cuidador, independente se for mãe, pai ou outro grau de parentesco com a criança.
“A gente tem recebido feedbacks muito importantes do quanto isso mudou a forma da gente olhar, não só pra gênero, mas também para as diferentes necessidades com base nas configurações familiares e nos interesses de vida das pessoas.” Conta Flávia.
Portanto, a flexibilidade parental tem como objetivo proporcionar mais conforto e segurança para a pessoa cuidadora da criança e promover mais inclusão e igualdade dentro do ambiente corporativo.
Em 2016, uma lei foi sancionada e a licença paternidade pode ser estendida em até 20 dias, porém, um estudo feito pela Talenses Group mostra que apenas 20% das empresas oferecem essa modalidade de licença paternidade.
Infelizmente, algumas empresas ainda possuem o pensamento de não contratar mulheres com idade considerável para ter filhos por conta do período de licença.
Por exemplo, uma das novidades implementadas pelo time de Gente e Gestão da Gupy esse ano foi a equiparação e flexibilidade na licença parental.
Agora, 100% dos Gupiers têm direito a 6 meses de licença e flexibilidade em quando tirar parte desse período.
A partir do momento que existe a equiparação de licença entre pai e mãe, a igualdade de gênero no mercado de trabalho começa a ser promovida.
Outro ponto que é preciso considerar dentro de uma companhia e que não é contemplado pela lei, é o caso de famílias homoafetivas.
Por isso, termos como licença maternidade ou paternidade acabam sendo ultrapassados. A flexibilidade parental olha para essa questão, onde a pessoa que é a cuidadora principal pode ter uma licença maior ou optar por alternar com seu parceiro.
Sendo assim, a flexibilidade parental promove igualdade, diversidade e inclusão dentro do ambiente corporativo, além de visar uma melhor qualidade de vida para a família de seus colaboradores.