Preconceito é qualquer tipo de ato ou ideia discriminatória que prejudica uma pessoa ou grupo. No recrutamento e seleção, os preconceitos são conhecidos como vieses, desvios de pensamento que interferem em um julgamento justo e igualitário. Parte das vezes são imperceptíveis e inconscientes, e todos nós os possuímos em certo grau.
Vieses produzem resultados distorcidos e injustos no recrutamento, afetando diretamente as pessoas discriminadas na busca por emprego. Além disso, muitas vezes a pessoa recrutadora nem percebe que existem ideias tendenciosas interferindo em seu julgamento, o que torna tudo mais difícil.
Nesse contexto, é preciso investir em formas de tornar o processo seletivo mais livre de vieses possível. Uma grande frente para isso é a utilização de Inteligência Artificial na análise de currículos.
Inteligência Artificial é uma tentativa de recriação digital do pensamento humano por meio de códigos e algoritmos de computador. A intenção é ensiná-la a tomar decisões e executar tarefas como uma pessoa faria, mas com uma capacidade de análise e velocidade muito acima do humanamente possível. Ela consegue porque não é generalista como os humanos — é criada para ser excelente em uma, e apenas uma tarefa específica.,
A IA aprende conforme é alimentada com dados e executa tarefas com base em critérios objetivos. Nesse sentido, a ambiguidade é quase que totalmente eliminada, reduzindo as chances de erros e deslizes serem cometidos.
No recrutamento, a IA auxilia na análise de candidaturas logo nas primeiras etapas do processo seletivo. É extremamente útil para empresas que recebem muitos currículos e não possuem tempo hábil para dedicar à leitura atenciosa de cada um deles.
Lembrando sempre que a análise fornece insumo para que uma pessoa recrutadora tome decisões no processo, já que a IA da Gupy não foi feita para selecionar, movimentar, nem eliminar pessoas, apenas fornecer um parecer técnico-objetivo sobre uma candidatura.
Mesmo não sendo criadas com esse propósito, é possível encontrar casos de IAs que reproduziram, em algum momento, preconceitos em suas decisões.
Em 2018, uma matéria publicada pela Reuters apontou que a Amazon, ao desenvolver uma tecnologia interna para recrutamento e seleção com Inteligência Artificial, acabou criando uma máquina que reproduzia preconceitos de gênero.
A tecnologia, ao aprender com as informações da empresa (que, ao menos na época, era composta em sua maioria por homens), entendeu que pessoas do gênero feminino não eram uma boa escolha por comporem a minoria no quadro de colaboradores.
A lógica utilizada pela IA era de probabilidade: se existem mais homens contratados, as chances de um homem ser a melhor opção para a vaga são maiores. O que sabemos que, na prática, está longe de ser verdade.
Mesmo que a tecnologia tenha sido um experimento e, segundo a empresa, “nunca foi utilizada pelos recrutadores da Amazon para avaliar pessoas candidatas”, o acontecimento mostra como a Inteligência Artificial pode reproduzir e propagar preconceitos no recrutamento mesmo sem a intenção de fazê-lo.
Isso acontece quando uma IA é alimentada com dados enviesados ou não existem esforços ativos para reduzir vieses na tecnologia.
No fim, a IA apenas busca resolver um certo problema recriando passos, seguindo processos, racionalizando ações em larga escala e aprendendo constantemente. Já os vieses são rótulos ou pré-conceitos estabelecidos pelo nosso cérebro que podem ser prejudiciais e que precisamos combatê-los.
Portanto, e principalmente quando a Inteligência Artificial possui impacto direto na vida das pessoas — como é o caso do recrutamento —, é essencial que existam projetos e ações para redução de vieses na tecnologia.
Inteligência Artificial é uma tecnologia que automatiza ações repetitivas para economia de tempo, aumento de produtividade e redução de erros. É também capaz de reduzir muito a interferência causada pelos vieses no recrutamento e seleção.
Isso só é possível porque uma Inteligência Artificial como a da Gupy, ao contrário da humana, não possui julgamentos parciais e enviesados. Na análise de currículos, por exemplo, ela atua de forma neutra considerando apenas os pontos relevantes em dos currículos.
Ao mesmo passo que as pessoas recrutadoras ganham tempo para focar em análises mais aprofundadas, como fit cultural e habilidades técnicas e comportamentais de cada pessoa candidata, coisa que uma Inteligência Artificial ou sistema automatizado dificilmente será capaz de avaliar com a propriedade humana.
Mas para tanto, é preciso criar uma IA que minimize ao extremo o impacto dos vieses inconscientes existentes na sociedade. Há algumas maneiras de fazer isso, essas são as que a Gupy utiliza:
A Gaia, Inteligência Artificial da Gupy, para qualquer palavra que possui flexão de gênero, utiliza apenas o radical da palavra. Termos como “coordenador”, “escritor” e “facilitador”, por exemplo, são lidas como “coordenad”, “escrit” e “facilit”.
Dessa forma, não há a possibilidade de uma candidatura ser beneficiada por possuir palavras no gênero masculino. As chances de vieses sexistas atrapalharem o processo seletivo são drasticamente reduzidas logo nas primeiras análises.
A Gaia lê todos os currículos para fazer uma análise completa e encontrar a candidatura com melhor encaixe para a vaga. Contudo, ela não considera fotos, gênero, idade ou qualquer outra informação sensível à vieses para tomar uma decisão. Ao contrário de uma pessoa recrutadora, que pode encontrar na idade um “problema”, a IA se importa apenas com as informações profissionais relevantes.
Bem como deveria, a nossa tecnologia está em constante aprendizado e, atualmente, possui um dos maiores acervos de palavras no país — em 6 anos de Gupy, a IA sozinha já leu mais de 5 bilhões de palavras. Isso quer dizer que nossa IA está aprendendo constantemente novas palavras e evoluindo seu olhar crítico numa alta velocidade, ao mesmo tempo que se esforça diariamente para combater vieses.
Aqui na Gupy, temos um time dedicado a fazer análises e revisões dos algoritmos da Gaia como dupla verificação, para garantir que os critérios certos e que fomentem a justiça estão sendo utilizados.
Isso é importante porque nossas percepções e as do mercado mudam com o tempo. Critérios que faziam sentido anos atrás, hoje, são irrelevantes. Por isso, investimentos em testes e revisões são feitos para que a Gaia permaneça o mais livre de preconceitos possível e aprenda a fazer análises consistentes com os mesmos critérios para todas as pessoas no processo seletivo.
Uma frente não associada à IA, mas igualmente importante, é a funcionalidade de Diversidade e Inclusão do produto de Recrutamento e Seleção, que já ajuda empresas de todo o Brasil em contratações com diversidade de forma a preencher as lacunas de inclusão existentes.
Associada a uma análise de currículos que reduz vieses e processa informações de todas as pessoas candidatas no processo, a funcionalidade de D&I corrobora para um recrutamento mais humanizado para todos e todas.
Agora que você já sabe as maneiras da nossa IA combater os preconceitos na triagem, que tal entender um pouco mais sobre como ela faz a análise de currículos?
Antes de mais nada, é preciso que a pessoa recrutadora defina quais são as responsabilidades, qualificações, atribuições e requisitos necessários para a vaga. Essas informações servirão de base para que a Gaia entenda qual profissional está sendo procurado(a). É apenas após essa etapa que a Gaia começa a trabalhar.
Após a etapa anterior (e conforme os talentos se aplicam à vaga), a Gaia começa a ler, analisar e comparar todas as candidaturas com os requisitos e atribuições pré-estabelecidas. A IA olha para as experiências, interesses, informações básicas (mas que não estimulam vieses) e conquistas de cada pessoa.
Ao fim, a Gaia ordena as candidaturas com maior encaixe para você. Atualmente, nossa Inteligência Artificial já é utilizada por centenas de empresas e mais de 70% das pessoas contratadas com a ferramenta estavam nas 10 primeiras posições. Algumas das empresas clientes Gupy que otimizam sua descrição de vagas chegam a quase 90% de assertividade.
Com essa automação feita pela IA, além de reduzir os vieses contidos no processo de triagem o tornando mais justo e igualitário, a análise dos currículos é feita em segundos. Em vez de passar horas lendo centenas de currículos, com a ajuda da Gaia as pessoas recrutadoras conseguem focar o esforço nas entrevistas, análises técnicas e de perfil.
Quando o setor está ocupado demais dedicando esforços para ações repetitivas, manuais e de baixo valor, sobra pouco espaço para pensar de maneira estratégica. Antes de tudo, um RH para ser estratégico precisa de tempo – e a Inteligência Artificial é a tecnologia que ajuda muito nisso.
Para conhecer mais sobre as plataformas de Recrutamento e Seleção & Admissão da Gupy, converse com um especialista.