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Desaprender: essa é a competência que falta para o RH

Escrito por Alice Maneschy | Gupy | 25/7/2022

A principal constante da vida é a mudança. No universo da inovação, times e lideranças precisam estar sempre dispostos a abraçar o novo. Desse modo, conseguirão tirar melhor proveito dos ciclos de uma empresa e do mercado de trabalho como um todo.

Por isso, a principal competência a ser desenvolvida é o desaprender. Não só no RH, mas em todos os setores, a ordem é saber a hora de se despedir do antigo e de dar espaço para o novo. E tudo isso só acontece quando se aprende a deixar de lado o que não funciona mais.

Nesse artigo, fizemos um apanhado dos cenários do RH, passando pela transformação cultural e culminando em dicas e práticas fundamentais para quem quer desaprender para inovar.

Continue lendo para saber mais!

 

Entendendo o RH tradicional

O setor de Recursos Humanos foi visto como uma área estritamente operacional por muitos anos. Em algumas empresas, era comum que o RH desempenhasse funções burocráticas, utilizando tecnologias defasadas e processos desatualizados.

Em sua essência, essas práticas são erradas. Os serviços administrativos têm um papel essencial nas organizações: desempenham o objetivo de mediar as relações entre empresas e colaboradores - sejam elas financeiras, documentais ou setoriais.

O cenário de hoje difere deste, ainda bem. Atualmente, o RH estratégico pode ser um dos grandes responsáveis pelo crescimento do negócio como um todo.

Assim como outras áreas das empresas, os Recursos Humanos passaram por processos de evolução para alcançar excelência operacional e tática nas organizações.

Isso só aconteceu graças às transformações digital e cultural que as companhias passaram nos últimos anos.

O impacto da cultura da inovação nas empresas (e o que o RH tem a ver com isso)

Uma das principais mudanças que as empresas passaram recentemente foi o desenvolvimento da cultura da inovação. Você conhece esse conceito?

A cultura da inovação auxilia na criação de um ambiente de trabalho seguro, criativo e que fomenta a expansão de novas ideias. Isso acontece por meio de novos hábitos e da mudança de padrões desenvolvidos pela organização. É aqui que começamos a adentrar o assunto principal deste artigo.

Desaprender é a competência que falta para que o RH e as empresas possam criar negócios inovadores, prósperos e escaláveis.

Para construir esse ambiente de inovação, é preciso que a transformação digital seja a cultura da empresa. Para além do uso da tecnologia, é fundamental que a companhia tenha flexibilidade para abraçar a mudança de mentalidade que vem com novas ideias e formatos disruptivos de trabalho.

Veja três pilares essenciais para a criação de uma cultura voltada à transformação digital:

  • Tomada de decisão orientada por dados: para que o negócio seja escalável e que os processos estejam em constante otimização, é imprescindível compreender o valor dos dados. Tomar decisões baseadas em dados significa decidir o futuro da organização com base no que funciona para que ela cresça;

  • Incorporação da cibercultura no dia a dia: a cibercultura nada mais é do que a criação de hábitos, costumes e rituais pautados no uso da tecnologia. Para que uma empresa seja forte, é preciso que a tecnologia esteja no centro, auxiliando na modernização de processos e facilitando a vida das pessoas colaboradoras;

  • Processos flexíveis: por fim, é preciso que a companhia tenha espaço para se adaptar a novos processos. Quando as informações pautadas nos dados apontam que a direção projetada não é a melhor a ser seguida, cabe à cultura organizacional sustentar a mudança necessária.

Nesse aspecto, um estudo do Boston Consulting Group aponta um dado alarmante. 70% das estratégias de transformação digital tendem a falhar dentro das empresas.

Isso acontece porque, em geral, a companhia não consegue utilizar o modelo mental correto para sustentar todas as mudanças que envolvem o processo de transformação.

Outra pesquisa aponta que apenas 30% dos gestores de RH se consideram protagonistas da transformação digital. Porém, se o RH estratégico é um dos principais responsáveis pela cultura da empresa, o setor deve ser o principal agente de mudanças e transformações.

A área de Recursos Humanos é a principal detentora da cultura nas organizações. Por isso, o RH tem o papel fundamental de guiar os processos evolutivos e de causar impactos significativos no crescimento da companhia.

O que esse contexto tem a ver com o fato de que o RH precisa desaprender?

É aí que entra a habilidade de desaprender: na versatilidade de se adaptar a mudanças de rota sempre que necessário.

Parte da ideia de reaprender envolve a capacitação profissional em novas competências e habilidades. Esse processo se chama reskilling e consiste em buscar novos conhecimentos - muitas vezes, de técnicas e conceitos inovadores para o próprio setor de RH.

Para que o reskilling seja melhor aproveitado, é preciso fazer um reconhecimento de cenário. Se faça as seguintes perguntas:

  • Quais habilidades ainda são essenciais para o meu trabalho?
  • Que competências podem estar travando o meu desenvolvimento?
  • O que falta para que eu chegue onde quero chegar?

A partir disso, é possível identificar quais conhecimentos desaprender e quais precisam ser fomentados para que você possa desempenhar suas atividades com maestria.

Lembre-se: toda mudança é uma jornada. Nada vai acontecer de um dia para o outro. É preciso ter paciência e equilíbrio para que o processo de transformação aconteça de forma natural e que seja uma experiência positiva e tranquila.

Dicas de como desaprender e aplicar essas mudanças no dia a dia do RH

Agora que já pontuamos sobre a importância de estar aberto ao novo e de saber quais habilidades deixar para trás, vamos falar um pouco sobre como fazer isso.

Se as pessoas têm diferentes formas de aprender, elas também terão maneiras distintas de desaprender. Porém, existem algumas técnicas que podem ser aplicadas para facilitar o processo.

Saiba mais:

Use a cultura de aprendizagem como pilar estratégico

A cultura do aprendizado acontece quando as práticas de desenvolvimento profissional estão no dia a dia das pessoas colaboradoras. Nesse caso, as vivências e trocas são vistas como pilar estratégico para a aquisição de conhecimento.

Como usar a seu favor: observar os seus colegas de trabalho é uma ótima forma de identificar possíveis hábitos que precisam ser desaprendidos no trabalho. Ter o olhar aguçado para o diferente, saber ouvir feedbacks e absorver novas práticas é fundamental para quem busca o crescimento profissional.

Tenha o mapeamento de potencialidades e demandas como norte

Para saber o que aprender e desaprender, é  preciso se fazer constantemente as seguintes perguntas:

  • Temos o necessário para resolver os problemas do nosso setor e da empresa?
  • Precisamos desenvolver pessoas e/ou frentes para superar os nossos desafios?

Como usar a seu favor: após mapear as potencialidades e demandas do time, utilize-o como norte para planejamento do futuro. Defina quais potencialidades são necessárias para suprir as demandas existentes e as que ainda estão por vir. Defina com o time quais serão as prioridades e faça um planejamento estruturado de como essas mudanças irão ocorrer gradativamente ao longo do tempo.

Utilize a mentoria com profissionais do mercado como régua

Sabemos que os processos de transformação tendem a ser pessoais. Porém, a mentoria com profissionais que já passaram pelos mesmos desafios é uma maneira eficiente de aprender novos formatos de encarar os seus próprios desafios.

Como usar a seu favor: ao marcar uma conversa profissional, chegue preparado para guiá-la no caminho que irá lhe ajudar a resolver os seus desafios. Utilize o modelo de mercado como régua, mas não se esqueça de filtrar as dicas que podem funcionar para você e para o seu time.