O Dia da Consciência Negra é celebrado no dia 20 de novembro e ressalta a necessidade de discussões, reflexões e maneiras de tornarmos a sociedade mais igualitária e inclusiva. No mundo corporativo, essa temática pede atenção redobrada.
Dados como os que você confere a seguir comprovam essa urgência:
Essas são apenas algumas das informações que demonstram a relevância de ações que considerem a diversidade racial no ambiente de trabalho.
Então, neste artigo, vamos falar sobre como organizações e equipes de RH podem ajudar a mudar esse cenário.
Entenda por que essa é uma pauta que deve fazer parte do dia a dia das corporações, e conheça exemplos de iniciativas para incorporá-la à cultura organizacional como instrumento de transformação social.
Dedicar uma data a assuntos relacionados à erradicação do racismo, à representatividade e à diversidade étnico-racial é um dos principais fatores que torna o Dia da Consciência Negra fundamental no calendário da gestão de um negócio.
Além de difundir informações e de envolver os colaboradores no combate ao preconceito, essa é uma maneira efetiva de posicionar uma marca como antirracista.
Fazer isso com consistência, porém, exige que o discurso seja colocado em prática.
Ampliar a diversidade racial nas empresas depende de ações constantes que insiram essa pauta nas rotinas da corporação.
Incentivar e promover oportunidades deve fazer parte da atuação de Recursos Humanos como forma de legitimar a inclusão entre profissionais.
Instituído oficialmente em 2011 pelo Governo Federal, o dia 20 de novembro é um marco da resistência negra. A data faz menção à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares (que se localizava em Alagoas e foi considerado o maior da América Latina), em 1965
Desde 1971, no entanto, o Grupo Palmares (associação que pesquisava a história e a cultura preta) mobilizou forças para introduzir essa data na constituição brasileira.
Até aquele ano, a referência à celebração do povo negro era o dia 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea.
A proposta do Grupo com a mudança foi se opor à ideia de uma liberdade concedida, ainda que por pressão do movimento negro, uma vez que a referência à luta de Zumbi dos Palmares reflete uma liberdade conquistada.
A criação de políticas contra o racismo e de promoção da diversidade racial está diretamente ligada à responsabilidade das empresas interessadas em mudar a realidade de diferenças enraizadas historicamente no Brasil.
Na abertura deste texto, conferimos alguns dados que revelam como esse é um aspecto perceptível na leitura de indicadores do mercado de trabalho. E podemos ir adiante:
Por essa razão, a atuação do RH na transformação cultural das organizações e do mercado como um todo tem um grande potencial na sociedade.
Isso vai desde priorizar a igualdade no dia a dia até a execução de ações específicas, como investir em vagas afirmativas, desenvolvimento e permanência de pessoas pretas nas equipes.
Por isso, é importante estar atento a empresas com boas práticas de diversidade e inclusão social.
Depois de 300 anos de escravidão, o Brasil foi o último país latino-americano a formalizar a suspensão do regime, em 1888.
Nenhuma assistência ou apoio do governo deu suporte à população negra, o que praticamente impediu seu acesso a recursos básicos, como trabalho e educação.
Isso trouxe sérias consequências estruturais, refletidas até a atualidade. O efeito do déficit na reinserção social é, hoje, a baixa representatividade em diversos setores da sociedade brasileira. Entre eles, o corporativo.
Para nos contrapormos a isso e trabalharmos em um cenário mais igualitário, vamos conferir na sequência o que pode ser feito para que essa consciência seja de todos e de todas.
Para marcar a data, é interessante organizar atividades que incentivem a troca de ideias entre os colaboradores. Listamos a seguir algumas sugestões para o seu time de RH!
Uma programação especial para evidenciar a cultura afro brasileira é uma das maneiras de abordar o protagonismo negro em diversas áreas, como:
Vale pensar em um evento com apresentações, ou quem sabe um festival com filmes produzidos por pessoas negras para abordar temáticas sobre a riqueza herdada e ignorada no Brasil.
Ampliar a voz do movimento negro é uma excelente opção para sensibilizar e conscientizar os profissionais da sua empresa. Há uma infinidade de temas a serem tratados em palestras e rodas de conversa, tais como:
Consulte quem tem propriedade sobre o assunto para ajudar nesse planejamento, dentro ou fora da empresa. Professores, representantes de movimentos sociais e pesquisadores certamente poderão contribuir de forma construtiva.
Outra possibilidade de sair da rotina, reforçar o significado da data é realizar uma troca de livros escritos por pessoas negras.
Dependendo do orçamento, a própria organização pode presentear a equipe, fortalecendo a temática e motivando a leitura entre os funcionários.
Conhecer outras pessoas é sempre uma experiência enriquecedora. Nessa linha, convidar pessoas negras (colaboradoras ou não) a compartilhar suas histórias de vida, percepções, sentimentos e opiniões é uma opção para despertar a empatia no trabalho e propor reflexões, sobre a consciência negra.
Há uma série de vieses inconscientes que permeiam atitudes racistas.
Nossa bagagem social possui, inclusive, uma série de expressões que são comumente usadas e que deveriam ser repensadas e substituídas em nossa comunicação, como “mulato”, “inveja branca” ou “denegrir”.
Levar treinamentos que instruam as equipes sobre essa situação é mais uma das nossas sugestões para o seu planejamento.
Conforme já falamos anteriormente, adotar práticas antirracistas deve ser uma diretriz entre organizações que reconheçam seu papel em busca de equidade. As iniciativas que podem contribuir nesse sentido são, por exemplo:
Conheça agora algumas organizações que são referência no mercado por ações desse tipo.
Buscamos algumas marcas que são reconhecidas por terem se posicionado como empresas antirracistas. Saiba o que cada uma delas fez — e continua fazendo! — para serem consideradas exemplos no assunto.
A fintech errou e aprendeu. Mesmo destacando a importância da diversidade e inclusão nas empresas, publicando manifestos antirracistas nas redes sociais e um comunicado assumindo sua responsabilidade com a causa, o Nubank precisou se desculpar.
Durante uma entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura em 2020, a cofundadora Cristina Junqueira afirmou que “não dava para nivelar por baixo” ao comentar sobre uma política de vagas afirmativas para candidatos negros.
A declaração foi classificada como racista pelo público, e repercutiu nas redes sociais.
Além de uma reparação formal, o Nubank estabeleceu uma parceria com o Instituto Identidades do Brasil (IDBR) para aprofundar o entendimento sobre o tema. Desde 2021, a área de D&I (Diversidade e Inclusão) é dirigida pela head global negra Helena Bertho.
A fintech mantém, ainda, um banco de talentos exclusivo para pessoas pretas e um programa para capacitar 400 jovens da periferia de São Paulo.
Outro exemplo de como colocar o antirracismo em prática é o Boticário. O grupo estreou uma série de conteúdos sobre como ser antirracista. As falas são da convidada Djamila Ribeiro, filósofa, feminista negra escritora e acadêmica brasileira.
A marca também estabeleceu metas de inclusão até 2023. A agenda “Uma Beleza de Futuro” firmou o compromisso de ter 25% de lideranças pretas nesse prazo.
Nos processos seletivos para trainees e estágios, algumas exigências foram excluídas para melhorar o acesso de novos talentos. Com isso, a empresa demonstra seu comprometimento em desenvolver seus colaboradores.
A Ambev é mais uma empresa que aposta em ações de base.
A gigante do mercado de bebidas não só possui vagas afirmativas para negros, como buscou se unir a iniciativas voltadas à educação e à motivação de organizações que já atuam para ampliar a voz da população negra do Brasil.
Em parceria com a escola de afroempreendedorismo Afroimpacto (startup que integra um programa de aceleração em sustentabilidade da Ambev), a marca divulgou uma plataforma de conhecimento para empreendedores pretos, a AfroOn.
O objetivo é promover a profissionalização gratuita dessas pessoas, com capacitações sobre:
Depois de tudo o que abordamos neste artigo, você já parou para pensar em qual é o nível de diversidade étnico-racial da sua organização?
Considerar essa e outras políticas de inclusão significa impulsionar a diversidade, fortalecendo diálogos e vínculos entre profissionais.
Um ambiente diverso favorece a employer branding, e traz também ganhos para a experiência do colaborador.
Por isso, é essencial não só realizar ações pontuais, como no caso do Dia da Consciência Negra, como também estender esse mindset aos pilares da cultura organizacional.
Impulsione a diversidade na sua empresa com as principais métricas de Diversidade e Inclusão Gupy. Reduza vieses, garanta impactos reais e positivos! Clique e baixe agora!