Absenteísmo significa, de modo geral, se ausentar. No caso do ambiente de trabalho, o termo é utilizado pela área de Recursos Humanos quando um funcionário falta no emprego.
A taxa de absenteísmo é um indicador de extrema importância para a empresa, porque ele pode apontar problemas estruturais que não estão sendo identificados por outras métricas.
Esse indicador é um grande aliado para o fortalecimento do seu employer branding e construção de um ambiente de trabalho positivo para os seus funcionários, por exemplo.
Quer saber mais sobre o assunto? Então acompanhe este post!
Absenteísmo, ou absentismo, significa a falta de pontualidade e assiduidade no cumprimento de um dever ou obrigação. No trabalho, o absenteísmo está relacionado a faltas ou atrasos do colaborador.
De acordo com Idalberto Chiavenato — autor renomado na área de Administração de empresas e RH — o absenteísmo, também chamado de ausentismo, é a soma dos períodos em que os colaboradores se ausentam do trabalho, independentemente do motivo.
É importante ressaltar que as férias dos funcionários não entram nesse cálculo, visto que fazem parte dos direitos dos empregados.
Certo grau de absenteísmo é normal e não prejudica o andamento das atividades e produtividade da empresa, podendo haver graves prejuízos para a organização caso essa taxa seja muito elevada.
Além disso, o valor desse índice ajuda a sinalizar problemas no ambiente de trabalho, seja em relação à cultura organizacional ou outros problemas estruturais.
O índice de absenteísmo é calculado a partir da relação entre o total de faltas e atrasos e a quantidade de dias ou horas trabalhadas pelos funcionários de uma empresa.
As unidades de medida mais utilizadas para a realização da conta são horas ou minutos para incluir os atrasos e saídas antecipadas. Caso somente os dias de falta sejam contabilizados, é indicado que se use dias para facilitar o cálculo.
Agora, vamos à fórmula! A mais utilizada é a seguinte:
(total de colaboradores x total de faltas e atrasos) ÷ (total de colaboradores x total de dias trabalhados)
Exemplo 1:
Nesse caso iremos manter a unidade de medida dias, pois não estão sendo contabilizados atrasos ou saídas antecipadas.
(50 x 1) ÷ (50 x 20)= 50 ÷ 1000 = 0,05 ou 5% de absenteísmo
Exemplo 2:
Antes de iniciarmos a conta, vamos deixar todos os valores na mesma unidade de medida.
30 minutos de atraso por funcionário em horas: 30 ÷ 60= 0,5 horas
20 dias úteis em horas: 20 x 24= 480 horas
2 faltas por funcionário em horas: 2 x 24= 48 horas
O cálculo para esses dados então seria (utilizaremos a medida de horas, para facilitar o cálculo):
Total de faltas e atrasos: 0,5 + 48 = 48,5
(100 x 48,5) ÷ (100 x 480) = 4850 ÷ 48000 = 0,10 ou 10% de absenteísmo
Lembrando que para essas contas a quantidade de faltas levadas em consideração eram equivalentes ao total de funcionários, ou seja, 1 falta por colaborador.
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De acordo com um estudo da Exame, o setor de serviços tem uma taxa média de absenteísmo de 5%, enquanto no setor varejista esse índice varia entre 7% a 10%.
Não há um consenso em relação a um número ideal e esse índice pode variar de acordo com o segmento e tamanho da empresa. Mas, de modo geral, um índice de até 4% de absenteísmo é considerado aceitável. Quando o valor ultrapassa esse limite, deve-se ficar alerta.
As razões pelas quais os funcionários faltam ao trabalho são as mais diversas, mas podemos enquadrá-las em algumas categorias principais:
O absenteísmo justificado está relacionado à falta justificada, ou seja, o colaborador informa à empresa o motivo da ausência.
De modo geral, nesse tipo de falta, a empresa é informada previamente e é possível se preparar para a ausência daquele funcionário.
Tipos comuns de absenteísmo justificado são licenças ou idas em consultas médicas.
No absenteísmo injustificado, o funcionário não informa o motivo que o fez se ausentar do trabalho.
Imprevistos, insatisfação com o ambiente de trabalho e falta de motivação são apenas alguns exemplos desse tipo de ausência nas organizações.
O presenteísmo é a presença parcial do funcionário no ambiente de trabalho, ou seja, o profissional está presente, mas seu desempenho é muito abaixo do esperado por possíveis problemas pessoais ou de saúde.
Nesses casos, o funcionário tem uma grande queda de produtividade e não consegue desempenhar suas funções de forma satisfatória por diferentes razões.
Esse tipo de ocorrência é uma das mais difíceis de serem detectadas, pois nem sempre há um medidor tão objetivo que consiga identificar essa situação rapidamente.
Uma das formas de identificar o presenteísmo ao longo do tempo é acompanhar o atingimento de metas e/ou produtividade no trabalho.
A partir da observação de queda desses indicadores e da persistência por um longo período, pode-se inferir que seja um caso de presenteísmo.
É natural que os funcionários precisem se ausentar ocasionalmente para a realização de exames de rotina ou outros tipos de acompanhamento médico.
Mas um ponto de atenção está nos problemas de saúde que são causados pela empresa.
É de extrema importância para o RH observar se existem queixas em comum entre os funcionários, pois isso pode indicar problemas que devem ser solucionados pela própria organização.
Uma alta taxa de absenteísmo pode ser um indicador de complicações estruturais dentro da empresa, principalmente relacionadas à cultura organizacional.
A cultura organizacional ajuda a guiar comportamentos e valores presentes no cotidiano dos funcionários de uma empresa. Portanto, se ela não for bem trabalhada, pode gerar desalinhamentos, falta de integração entre times, baixo engajamento, entre diversas outras questões.
O estresse em nível acima do normal pode gerar graves problemas de saúde.
Uma das principais consequências é a diminuição da imunidade, colaborando no aparecimento de doenças, e, até mesmo, prejudicando a memória e concentração.
Ambientes de trabalho muito estressantes, com excesso de pressão para entregas e demandas com prazos muito curtos, por exemplo, contribuem para o aparecimento do estresse.
Por isso, é importante promover um ambiente de trabalho não estressante, pois evita uma série de outros problemas de saúde que aumentariam a taxa de ausência no trabalho.
As causas do absenteísmo são diversas, tanto no que concerne à empresa quanto ao funcionário.
O absenteísmo pode surgir por causas exclusivas do trabalhador, sem ter necessariamente uma relação com a empresa. Ele se ausenta de suas funções para realizar um exame médico de rotina, por exemplo.
Em outros momentos, o absenteísmo pode estar diretamente relacionado a problemas provocados pela empresa.
Dificuldades de relacionamento com a equipe, por exemplo, podem desmotivar o funcionário e, até mesmo, prejudicar sua saúde mental, demonstrando como a cultura organizacional tem o potencial de se tornar um problema que afeta diretamente a saúde do colaborador.
Absenteísmo e turnover referem-se a indicadores diferentes, mas que podem estar totalmente relacionados. Se ambos estiverem muito elevados pode haver prejuízos na produtividade da empresa.
Como já explicado ao longo do artigo, absenteísmo é o indicador utilizado para medir a ausência dos funcionários no trabalho.
Já o turnover diz respeito aos desligamentos da empresa, ou seja, seu cálculo é feito a partir da relação entre a quantidade de entradas e saídas de funcionários em um determinado período de tempo.
Geralmente, esses índices são diretamente proporcionais, isto é, quando há uma elevada taxa de absenteísmo, há grandes chances do turnover também estar alto e vice-versa.
Além de prejudicarem a produtividade, os dois indicadores também ajudam a apontar questões problemáticas relacionadas à estrutura e funcionamento da empresa.
O primeiro passo para reduzir o absenteísmo no ambiente de trabalho é entender suas causas.
Com as causas evidentes, é mais fácil obter um direcionamento de ações. Por exemplo, caso o problema esteja na cultura organizacional, deve-se dar um enfoque maior nesse âmbito, mas sem negligenciar os demais.
Algumas boas práticas gerais podem ajudar a reduzir essa taxa são:
O ambiente de trabalho é um importante pilar empresarial, e a cultura organizacional é a base para o bom funcionamento das empresas.
Ela é o principal componente que ajuda a guiar atitudes, comportamentos e direcionamentos nas atividades do dia a dia e na tomada de decisões, desempenhando um papel essencial na criação de um ambiente de trabalho agradável ou não.
Se a cultura organizacional não valoriza a cooperação, por exemplo, ela prejudica as relações de trabalho entre os colaboradores e dificulta o trabalho em equipe.
Além disso, também é a principal responsável pelo senso de pertencimento e pelo engajamento dos funcionários, pois ajuda a guiar como serão feitos os rituais, cerimônias e eventos dentro da companhia.
O sentimento de desvalorização no trabalho também é um fator que contribui com o aumento das ausências, porque há o desengajamento com a empresa.
Existem alguns recursos que ajudam a valorizar os empregados. Um deles é um plano de carreira, pois há uma perspectiva de crescimento a longo prazo.
O plano de carreira não só ajuda a dar um panorama das possibilidades dentro de sua carreira, como também motiva o funcionário a buscar aperfeiçoamento e treinamentos constantes.
Além disso, outro procedimento auxiliar é o feedback. O feedback melhora a comunicação entre líder e liderado e também evidencia para o colaborador pontos de melhoria que ele não havia detectado sozinho.
Os feedbacks também podem ser feitos entre colaboradores de diferentes áreas e equipes, ajudando a trazer novas perspectivas e pontos de vista para seu aperfeiçoamento profissional.
Treinamentos e capacitações também ajudam a manter o engajamento do funcionário e aumentar a sua motivação no dia a dia.
Além de ajudar na trilha de carreira do colaborador, eles também auxiliam a empresa ao melhorar as habilidades dos empregados e, além de tudo isso, aumentam o comprometimento e vínculo com a organização.
A ergonomia é a área que estuda a relação entre os seres humanos e o ambiente de trabalho, visando melhorá-la.
A ergonomia física está totalmente relacionada à saúde física do colaborador. Ela busca melhorar as condições de trabalho para que não haja danos na saúde.
Dessa forma, é preciso analisar desde as condições de ventilação, iluminação e sanitárias, até a postura corporal do funcionário ao utilizar um notebook, por exemplo.
Esses cuidados devem ser tomados por todas as empresas, mas aquelas que possuem riscos de lesões por atividades repetitivas e outros riscos ocupacionais devem ter atenção redobrada.
Portanto, se a ergonomia no local de trabalho não for devidamente estudada, ela poderá prejudicar a saúde do funcionário.
Com a saúde debilitada, aumentam o número de ausências para que o profissional possa fazer tratamentos e ir a consultas médicas, além dos danos que podem ser gerados a longo prazo em sua saúde.
De modo geral, com uma baixa qualidade de vida, problemas de saúde tanto físicos como mentais podem surgir.
Portanto, é importante ter uma visão holística sobre a qualidade de vida dos funcionários, porque a partir desse indicador é possível pensar em soluções que visem preencher lacunas que não estão sendo atendidas em um nível satisfatório.
Aumentar esse índice gera um impacto universal no bem-estar dos colaboradores.
A NR17 é uma norma regulamentadora do Ministério do Trabalho. Ela visa estabelecer diretrizes para adaptar as condições de trabalho a fim de maximizar o conforto, desempenho e segurança para os funcionários.
De modo geral, ela ajuda a manter as condições de trabalho adequadas para os trabalhadores e melhorar sua qualidade de vida, consequentemente, acaba contribuindo para a redução do absenteísmo.
Essa norma estabelece regras que vão desde as condições dos equipamentos até programas de saúde ocupacional e treinamentos.
A NR17 é, portanto, um guia de ergonomia que ajuda a estabelecer diretrizes básicas para as condições de trabalho dos profissionais.
A saúde mental prejudicada tem o potencial tanto de aumentar o absenteísmo e presenteísmo quanto o turnover.
Passamos boa parte de nossas vidas no trabalho, portanto, o ambiente de trabalho possui um papel relevante na nossa saúde física e mental.
O dia possui 24 horas, em 8 delas dormimos, sobrando apenas 16 horas. Tendo isso em vista, percebe-se que passamos metade do nosso tempo no trabalho, sem contar os períodos de deslocamento, horas extras e horários de almoço.
Portanto, o trabalho desempenha um papel essencial no dia a dia da maioria da população. Com isto posto, é possível entender a importância de um ambiente organizacional saudável e seus impactos na vida dos funcionários.
Trabalhar constantemente sob pressão e dificuldades de relacionamento na equipe são alguns exemplos de problemáticas que têm o potencial de aumentar o estresse e desânimo dos trabalhadores.
Com a persistência ao longo do tempo, questões mais graves de saúde mental podem surgir.
Por isso, ações que promovam a qualidade de vida, engajamento no trabalho e com o time, boa gestão de pessoas e cultura organizacional saudável são essenciais.
Eles são apenas alguns exemplos de recursos que, quando integrados, podem ajudar a manter um ambiente de trabalho agradável e benéfico para os funcionários.
Mas vale lembrar que antes de tomar medidas para reduzir o absenteísmo, o melhor a se fazer é prevenir seu surgimento.
Espero que este conteúdo tenha te ajudado a perceber a importância de acompanhar a taxa de absenteísmo e como entendê-la a fundo pode promover melhorias organizacionais!